O século XX teve oito Papas à frente da Igreja Católica: São Pio X e Bento XV durante a Primeira Guerra Mundial, Pio XI que enfrentou o nazi-facismo e o comunismo, Pio XII conhecido como o “Pastor Angélico”, João XXIII e Paulo VI os Pontífices do Concílio Vaticano II, João Paulo I que teve um pontificado de apenas 33 dias e João Paulo II que teve um dos pontificados mais longos da história da Igreja, com 27 anos!
Leão XIII faleceu em 1903 e o Conclave dos Cardeais elegeu o Patriarca de Veneza, Cardeal José Sarto, um homem disposto a reconduzir a Igreja à própria missão evangelizadora. Sua experiência como pároco e reitor de Seminário deram-lhe uma grande sensibilidade à ação pastoral e à formação de seu futuro clero.
São Pio X empenhou-se na valorização da Eucaristia na vida interna da Igreja e incentivou a primeira comunhão das crianças. Em 1905 o amor à Eucaristia o levou a realizar o Congresso Eucarístico em Roma. Mais adiante organizou também um Congresso Mariano, exaltando Nossa Senhora e sua Imaculada Conceição. A renovação da sagrada liturgia e do canto gregoriano marcaram os primeiros anos de seu pontificado.
Preocupado com a ortodoxia da fé, Pio X publicou o decreto “Lamentabilis” no qual condenou 65 proposições de teólogos modernistas e distanciados de uma leitura fiel à Palavra de Deus. Reafirmou o primado do Bispo de Roma e na Encíclica “Pascendi” (1909) condenou o modernismo no interior da Igreja, fundando o Pontifício Instituto Bíblico, benemérito em todo o século passado na fiel interpretação da Sagrada Escritura. Criou novas Dioceses nos vários continentes, especialmente no Brasil, já não mais ligado ao Estado depois da Proclamação da República. As providências que tomou levaram a um melhor relacionamento entre a Sé Apostólica, a Espanha e Portugal, tradicionais países católicos por séculos.
São Pio X veio a falecer em 20 de agosto de 1914. Logo em seguida, a Igreja enfrentou um tempo difícil com a crueldade da Primeira Guerra Mundial. O Cardeal Arcebispo de Bolonha foi eleito sucessor de Pio X, com o nome de Bento XV: um bravo lutador em favor da paz e da superação da destruição motivada pela guerra. Permanecendo neutro em meio aos beligerantes, Bento XV acabaria dando à Igreja o seu primeiro Código de Direito Canônico, que regeria o efetivo pastoreio dos Papas, Bispos, Presbíteros e leigos até o segundo Código ser promulgado após o Concílio Vaticano II.
Aos poucos os Papas que surgiram estariam preparando a Igreja para assumir os desafios que surgiriam no século XX. Na próxima semana refletiremos sobre os extraordinários pontificados da segunda metade do século.