As portas do perdão estão sempre abertas

O Catecismo da Igreja diz algo muito importante: “Não há  pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. “Não existe ninguém, por mau e culpado que seja, que não deva esperar, com segurança, o seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero.” Cristo, que morreu por todos os homens, quer que, em Sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado” (§982).

Então, nenhum pecador pode se desesperar ou desanimar da salvação; seria falta de fé. Basta uma gota do preciosíssimo Sangue de Cristo para perdoar todos os nossos pecados. No entanto, Ele derramou todo o Seu Sangue por nós. Só não pode ser perdoado o pecador de que tiver o coração endurecido e não corresponder à graça de Deus, fechando-se para o arrependimento; é o pecado contra o Espírito Santo. Neste caso, a falta do perdão não acontece por falta de misericórdia divina, mas por ação do pecador que rejeita o perdão de Deus.


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Na remissão dos pecados, os presbíteros e os sacramentos são instrumentos que nosso Senhor Jesus Cristo, único autor e dispensador de nossa salvação, faz uso para apagar nossas iniquidades e dar-nos a graça da justificação. Por isso, não podemos fugir deste sacramento como alguns o fazem; ao contrário, frequentemente temos de buscar nele o perdão de nossas faltas para ter a consciência em paz conosco e com Deus. A Igreja chama a penitência de “sacramento de cura”.

Santo Ambrósio (340-397), o grande doutor que batizou Santo Agostinho, disse que Jesus quis dar a Seus discípulos um poder imenso: que seus pobres servidores realizem em Seu nome tudo que havia feito quando estava na terra. É melhor confessar-se com um sacerdote, humano e também pecador, que entende a nossa fraqueza, do que se confessar com um anjo que nunca pecou. No sacramento da confissão há uma pedagogia divina que nos leva ao ministro sagrado para não só ser perdoado, mas também ser orientado para livrar-se do pecado, o pior de todos os males. (De Paenitentia 1,8,34)

Vemos, então, que os presbíteros receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos arcanjos. O Senhor sanciona, lá no alto, tudo o que os sacerdotes fazem aqui embaixo, disse outro doutor da Igreja, São João Crisóstomo (349-407) (Sac. 3,5). Santo Agostinho disse que: “Se na Igreja não existisse a remissão dos pecados, não existiria nenhuma esperança, nenhuma perspectiva de uma vida e de uma libertação eternas. Demos graças a Deus, que deu à Igreja tal dom” (Salmo 88,2,5).

   


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino