Se há um evento Eclesial que merece uma atenção especial, no avivamento de nossa memória de católicos, é, sem dúvida, o Concílio Vaticano II. Estamos para comemorar os 40 anos do seu encerramento, no próximo mês de dezembro.
Quanta coisa nos veio do Concílio! E quanta coisa do concílio que ainda não chegou até nós! Voltar ao Concílio, às suas idéias mestres, aos objetivos de João XXIII e Paulo VI, como próprio Concílio propuseram, é lembrar o que, hoje, o Espírito de Deus quer falar ao povo da sua Igreja.
Não basta ter algumas informações gerais sobre o Concílio. Nem saber os nomes dos seus 16 documentos. É preciso ir ao espírito do Concílio e deixar-se guiar por ele. Não podemos contentar com um simples estudo acadêmico. Já no século XII, São Boaventura, grande teólogo franciscano, ensinávamos que ninguém devia se satisfazer com o estudo, a leitura, a pesquisa humana. Para o cristão, o importante é contar com a graça divina, com a sabedoria inspirada por Deus.
O que foi que Deus quis falar à Igreja com o Concílio? Por que João XXIII e Paulo VI quiseram que o Vaticano II fosse um Concílio acentuadamente Pastoral? Como o Concílio vem influenciar a ação pastoral da Igreja, no Brasil?
Leiamos o nº 57 da Carta Apostólica “No Início do Novo Milênio”, de João Paulo II: “Quanta riqueza nas diretrizes que o Concílio Vaticano II nos deu! Por isso, na preparação para o Grande Jubileu, pedi à Igreja interrogar-se sobre a recepção do Concílio. E fez-se? O Congresso que se realizou aqui no Vaticano foi um momento dessa reflexão e espero que, a seu modo, se tenha feito em todas as Igrejas particulares. À medida que passam os anos, aqueles textos não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que se beneficiou o Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa“.