Viva o batismo no Espírito Santo
O batismo no Espírito Santo, Efusão do Espírito Santo e Derramamento do Espírito Santo, são expressões usadas para exprimir a realidade de pessoas que experimentam o Paráclito de forma abundante. É a experiência concreta de reacender o entusiasmo e o ardor no relacionamento com Deus, que transforma profundamente a vida da pessoa.
O evento de Pentecostes, narrado em Atos dos Apóstolos, capítulo 2, em que os discípulos estavam reunidos e, de repente, soprou como que um vento impetuoso e ficaram todos cheios do Espírito Santo, é um fato bíblico sobre o batismo no Espírito. Padre Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, aponta que “o Pentecostes foi o primeiro batismo do Espírito. Quando anunciou o Pentecostes, Jesus disse: João batizou com água, vós, porém, dentro de poucos dias, sereis batizados em Espírito Santo (At 1,5)”. (Livro: ‘Vem, Espírito Criador’).
Ainda, Padre Raniero, nessa mesma obra, diz que, no “batismo do Espírito, vivencia-se o Espírito Santo, a Sua unção na oração, o Seu poder no ministério apostólico, a sua consolação na provação, a sua luz nas decisões. Ele é percebido como Espírito que transforma interiormente, que concede o gosto de louvar a Deus, que leva à descoberta de uma alegria nova, que abre a mente à compreensão das Escrituras e que, acima de tudo, ensina a proclamar que Jesus é o Senhor”.
Especificações sobre o batismo no Espírito Santo
O batismo no Espírito Santo “não” é um novo sacramento da Igreja nem substitui o sacramento do batismo e os outros sacramentos da iniciação cristã. Ele é uma graça e fruto da ação do próprio sacramento na vida do cristão. Portanto, não é uma melhoria, modernização ou acréscimo no sacramento, mas sim, um reinflamar do Espírito na pessoa, que o conduz à experiência diária de Deus.
Com isso, afirma-se que “o batismo no Espírito Santo não é um substituto para os sacramentos, mas a fonte para reacender o fervor na celebração dos sacramentos.” (Doctrinal Commission ICCRS. Baptism in the Holy Spirit. Vaticano: ICCRS, 2012). Sendo que, nessa perspectiva, bem se sabe, que existe “um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef 4,5).
Assim, a expressão “batismo no Espírito Santo” é um termo para designar “o momento ou processo de crescimento pelo qual a presença ativa do Espírito, recebido na iniciação, torna-se sensível à consciência pessoal” (Revista Teológica Veni Creator da RCC – janeiro/junho 2013).
Frutos do batismo no Espírito Santo
O batismo no Espírito Santo gera conversão, leva à recusa do pecado, dá perseverança na caminhada, vontade pela oração, fortalece o testemunho em Cristo e confere firmeza na vida assídua nos Sacramentos da Igreja. Também reaviva o amor, provoca hábito pelo estudo da Bíblia e concede “coragem para aceitar tarefas novas e difíceis, ao serviço de Deus e do próximo”, segundo Padre Raniero.
É uma experiência que desperta a pessoa na busca intensa das “coisas do alto” (Col 3,1) e motiva uma nova forma de relacionar-se com Deus a partir de uma mudança radical e transformadora no amor verdadeiro.
Leia mais:
.: O que Paulo quis dizer com “deixai-vos conduzir pelo Espírito Santo”?
.: O pecado é uma ruptura da nossa relação com Deus
.: Você sabia que a nossa árvore genealógica precisa passar por cura?
.: A importância da Missa aos domingos
Vida no Espírito
A vida no Espírito é estar na presença de Deus e agir conforme a Sua ação, pois “se vivermos pelo Espírito, andaremos de acordo com o Espírito” (cf. GL 5,25). Com isso, a graça do batismo precisa ser pedida sempre, já que o Espírito continua sendo derramado.
Por fim, Papa Francisco, à Renovação Carismática, em junho de 2017, disse que é preciso “compartilhar com todos na Igreja o batismo no Espírito Santo, louvar o Senhor sem cessar (…). Servir os mais pobres e os enfermos”, isto, porque uma vida no Espírito suscita partilha, serviço ao próximo e intimidade com Deus.