O Dia Internacional da Paz é a oportunidade de depôr as armas e cuidar da casa comum
Nasci, em 1981, o ano em que a Organização das Nações Unidas lançava o Dia Internacional da Paz. A expectativa é que a data incentivasse ações em favor da paz, um dia de cessar-fogo e a não violência em todo o mundo. Em 2017, o tema escolhido é “Uma paz sustentável para um futuro sustentável”.
Foto: Eike Leppert by Getty Images
O convite, deste ano, para promover a paz sustentável, encontra ressonância na Encíclica Laudato Si. Inspirado em São Francisco de Assis, padroeiro do meio ambiente, o Papa Francisco recorda seu exemplo de “cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade”. O santo padroeiro de todos os que estudam e trabalham no campo da ecologia “era um místico e um peregrino que vivia com simplicidade e numa maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e com si mesmo”, recorda o Santo Padre. O documento deixa claro que o testemunho de São Francisco aponta que não se pode separar preocupação pela natureza, justiça para com os pobres, compromisso na sociedade e paz interior.
Trabalho artesanal
Em outros momentos de seu pontificado, Francisco recorda que a paz é um trabalho artesanal que requer paixão, paciência, experiência e tenacidade. “Felizes são aqueles que semeiam paz com as suas ações diárias, com atitudes e gestos de serviço, fraternidade, diálogo, misericórdia (…). Fazer a paz é um trabalho que se deve realizar todos os dias, passo a passo, sem nunca nos cansarmos”, ensina o Papa.
No Evangelho, Jesus afirma que são “felizes os pacificadores” (Mt 5,9). Francisco lembra que a paz é um dom de Deus. Portanto, ser artesão dela não é uma tarefa que depende só do homem. Ações pacíficas são auxiliadas pela graça divina que nos permitem amar o próximo. “Quando, ajudados pela graça de Deus, seguimos este mandamento, como mudam as coisas! Porque mudamos nós. Aquela pessoa, aquele povo que eu via como inimigo, na realidade, tem o meu próprio rosto, o meu próprio coração, a minha própria alma. Temos o mesmo Pai nos Céus”, ensina o Papa.
Paz é um dom, e, para promovê-la, é preciso pedir a Deus a “sabedoria” no cotidiano, porque, é a partir dos pequenos gestos, que nasce a possibilidade da pacificação em escala global. A paz não se constrói da noite para o dia; ela é um dom, que deve ser tomado e trabalhado todos os dias, um dom artesanal nas mãos dos homens. Somos nós, homens, todos os dias, que devemos dar um passo para a pacificação, e é o nosso trabalho promovê-la.
Questionar-se
Francisco recomenda uma reflexão pessoal: “Como está meu coração hoje? Se não estou em paz, antes de falar dela, coloco meu coração em paz. Como está minha família hoje? Se não sou capaz de levar adiante minha família, não bastam palavras para o mundo, para chegar a um mundo em paz”.
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