Jesus nos dá a missão de contribuir com a evangelização
Jesus Cristo continuamente nos revela a presença de um Deus amoroso como um pai, por meio de obras e das palavras de esperança e misericórdia. Por meio dessa presença é difundido, em todos, a verdade e a graça. E a verdade do Evangelho não deve ser considerada distante de nossas vidas, mas como uma única realidade complexa, formada pela presença do Espírito Santo em cada um de nós.
A vida de Jesus representa a benevolência e a misericórdia, que nos inspiram o agir de Deus, revelando (de modo sensível e definitivo) quem é Deus e como Ele se comporta com os homens.
Em Jesus Cristo cumpre-se o evento decisivo da história de Deus com os homens
O Evangelho de Lucas descreve o início do ministério público de Jesus e a atuação de Deus perante os homens, por meio do plano de salvação, de cura e de perdão dos pecados. Assim, a missão que Jesus tem nos anunciado é a de evangelizar. Para o cumprimento desse projeto divino, o Messias elege seus discípulos e, entre eles, constitui um grupo de apóstolos. Então, tem com os doze uma dedicação particular: revela sua glória (Lc 9, 20), lhes dá autoridade para expulsar demônios, curar doenças (Lc 9, 1) e os envia em missão (Lc 9, 2).
Essa é Igreja de Jesus Cristo que, no Credo, confessamos ser Una, Santa, Católica e Apostólica. Depois da ressurreição, o nosso Salvador entregou-a a Pedro para que a apascentasse, confiando, também, a ele e aos demais apóstolos a sua propagação e comando. A Igreja, constituída e organizada, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em união com ele. E, por meio da missão que Jesus Cristo deixou à Sua Igreja, concretiza-se o evento definitivo da história de Deus com os homens: revelar uma paternidade presente e amorosa.
A consciência cristã de que Jesus é o Messias, expressa o fundamento da nossa Igreja: o Filho recebeu tudo do Pai e, por sua vez, tem a missão de tornar todos os homens participantes desse dom e dessa relação filial: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15, 15).
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A revelação do Amor Trinitário
Todos somos filhos de Deus e formamos, em Cristo, uma família. Ao participarmos da caridade mútua e do comum louvor à Santíssima Trindade, correspondemos à íntima vocação da Igreja. Deus, ao assumir a natureza humana em Jesus Cristo, tomou para Si a carne semelhante a do pecado e entregou-Se a fragilidade humana do cansaço, do sofrimento e, sobretudo, da morte. Com isso, operou o caminho da santidade pela presença próxima e verdadeira, de forma que, cada um de nós possa se identificar com o Pai.
Deus é Trindade: Pai, Filho, Espírito Santo, realmente distintos e realmente um; e em comunhão infinita de amor. Com palavras e obras, de modo pleno e definitivo com a Sua morte e ressurreição, Jesus revela à humanidade que Deus é Pai e que todos são chamados, por graça, a serem filhos d’Ele no Espírito, por isso, são irmãos e irmãs. Somente assim torna-se compreensível a verdade de que Deus em Si, é mesmo o amor.
Esse modelo de unidade, reflexo da vida íntima de Deus, uno em três Pessoas, é o que nós, cristãos, designamos com a palavra comunhão.
Cumprimento do desígnio de amor do Pai
Deus, em toda Sua misericórdia, entregou, por nós, seu único Filho. Se fez carne, morreu e ressuscitou. Formou seus discípulos e, sobre eles, soprou o Espírito Santo. O Evangelho nos relata um Deus Pai que quer estar próximo aos seus filhos, guia-los e amá-los. Como o sacerdote celebra na Liturgia, cremos em um Deus vivo e verdadeiro.
Que possamos, a cada celebração, resgatar a fé e a missão de evangelizar, para que, como irmãos, possamos nos sensibilizar pela Santíssima Trindade e formar em nós mesmos uma comunhão de filhos obedientes e servos dedicados.
REFERÊNCIAS:
BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
PAULO VI. Constituição Dogmática Lumen Gentium. Dado em Roma em 21 de novembro de 1964.