O dia dos fiéis defuntos ou dia dos finados não é o mesmo que o dia dos mortos, pelo contrário, é o dia de celebrar a fidelidade dos cristãos falecidos e seu exemplo de entrega. Como diz a data, é o dia dos “fiéis” falecidos, daqueles que estão junto de Deus ou na sua última purificação.
A Igreja não celebra a morte em si, nem mesmo os mortos enviados para o inferno, mas sim aqueles fiéis que deixaram saudade e bom testemunho na sociedade. Com certeza, é um dia de rezar pelos falecidos. Um dia de pedir a intercessão deles, de relembrá-los em nossa memória ou na visita ao cemitério. Dia de celebrar a vitória deles em Jesus Cristo. Por isso, quero trazer, neste texto, o que os prefácios dos fiéis defuntos dizem a respeito disso, sendo cinco composições feitas pela Igreja.
Os cinco prefácios dos fiéis
No primeiro prefácio, é ressaltado a esperança da ressurreição em Jesus Cristo dizendo: “Se a certeza da morte nos entristece, conforta-nos a promessa da futura imortalidade”… “para os que creem em vós a vida não é tirada, mas transformada”. Fica evidente esse novo conceito de transformação de vida, de imortalidade, e não de luto ou fim definitivo. Realmente é um novo modo de pensar a morte.
Já no Prefácio II, evidencia-se Jesus que morreu por todos nós, e um só morrendo livrou-nos da morte eterna. Ele entregou de boa vontade a sua vida, não por imposição, mas em oferta de amor para que cada um de nós não morresse mais, e sim passássemos dessa vida terrestre para a vida divina. Ou seja, coloca Jesus como esse herói que venceu a morte e deu-nos a vida n’Ele.
Em seguida, nota-se a terceira oração, também em teor cristológico, evidenciando Cristo como salvação e vida. Quase que em continuidade com o mistério anterior, e sendo uma oração mais breve que as outras.
O prefácio IV apresenta uma continuidade da vida terrena à vida celeste; não uma ruptura, mas sim sequência dessa experiência humana. Deus que nos criou e, por conseguinte, nos sustenta em sua providência amorosa, salva-nos do pecado pela remissão em Jesus Cristo e nos dá a glória da vida futura. Uma oração que demonstra a continuidade e, como desde a nossa existência, Deus Pai cuida de nós e providencia todas as coisas necessárias para a eternidade.
Por fim, a oração V do Prefácio dos fiéis defuntos coloca como centro a remissão dos nossos pecados. É evidente que nenhum de nós merece a vida eterna; se colocássemos na balança os nossos erros, seriamos, com tranquilidade, punidos com uma morte definitiva. Porém, em seu imenso amor de Pai, Deus nos redime com a Paixão de Seu Filho. É Ele que nos chama de volta à vida, por pura graça e amor misericordioso.
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A vida eterna e o amor de Jesus Cristo por nós!
Olhando para essas cinco orações, é possível perceber melhor o que é a celebração dos fiéis defuntos. O enfoque está na vida eterna, no amor de Jesus por nós. Um amor que nos redime do pecado, nos salva da morte eterna e transforma a nossa existência em uma vida plena e feliz na imortalidade. Volto a refletir a importância de orar e unir-se aos fiéis falecidos com muita esperança na ressurreição em Jesus e com muita fé na união de intercessão com as almas.