A vida da Beata Lindalva
A Beata Lindalva Justo de Oliveira, brasileira martirizada aos 40 anos e beatificada em 2007, tem uma vida tão humilde e simples, que poderia passar despercebida para muitos. Mas se você observá-la um pouco mais de perto e atentamente, poderá se deparar com uma existência que, ao se doar, enriquece-se de significado e plenitude eterna.
Lindalva nasceu, em 20 de outubro de 1953, no pequeno povoado Sítio Malhada da Areia, município de Açu, Rio Grande do Norte. Filha de João Justo da Fé (viúvo) e Maria Lúcia da fé, era uma menina normal, de aspecto gracioso, piedosa e muito sensível para com os pobres, de tal forma que, ainda jovem, surpreendeu a família doando suas roupas aos necessitados. Transferiu-se para Natal, onde morava com um irmão, estudou e trabalhou para se manter e ajudar a família.
No entanto, visitava, todos os dias, os idosos do Instituto Juvino Barreto. Ao concluir o II Grau, passou a cuidar do pai, idoso e doente, com todo carinho e paciência. Quando ele faleceu, Lindalva, aos 33 anos, entrou para a Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, para servir a Cristo nos pobres.

Créditos: Imagem remasterizada por Inteligência Artificial / CHAT GPT
Exemplo de fé e superação
Lindalva é um belo e concreto exemplo de como os jovens podem, mesmo em meio à simplicidade, encontrar a si mesmo e também um sentido para uma vida integralmente realizada. Já encontrei muitos jovens que, apesar das dificuldades estruturais do nosso país, estão empregados e/ou fazem uma faculdade, mas ainda se sentem perdidos, incompletos.
Antes de mais nada, é preciso recordar que toda pessoa é formada pelas dimensões física, emocional e espiritual. O magistério da Igreja Católica nos ensina, à luz das Escrituras, que toda pessoa é criada para amar, pois foi feita à imagem e semelhança de Deus, que é amor.
Lindalva encontrou essa realização na doação de vida, cuidando de pobres e doentes. Veja o que ela afirma numa carta escrita enquanto vivia na congregação religiosa destinada a essa finalidade: “Eu estou muito feliz! É como se eu tivesse sempre morado aqui. O meu destino está nas mãos de Deus, mas desejo, de todo coração, servir sempre com humildade, no amor de Cristo”.
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Entrega e doação
O martírio, com 40 facadas, ocorrido por ela resistir ao assédio de um homem cuidado pela instituição onde ela ajudava. Foi um desfecho trágico, mas com uma força e significado tal, que ela foi beatificada menos de 15 anos depois. Apenas mais um feminicídio, poderiam dizer, mas me faz lembrar Nosso Senhor: “Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Somente vivendo a entrega e a doação diárias é que se tem virtude para entregá-la por inteiro.
Aprendamos a doar a vida com essa nossa querida beata. Santa Lindalva, rogai por nós!
Edivânia Eleutério
Missionária da Comunidade Canção Nova desde 1997. Formadora de namorados e casais da Comunidade, além de outras funções. Tem especialização em gestão de pessoas, counseling e bioética, autora do livro POR QUE (NÃO) EU.