⛓️‍💥 Heresia

A Igreja está sem Papa? Desvendando o sedevacantismo

Sedevacantismo, a corrente que questiona a legitimidade do Papa

A tentativa de seguir nossas próprias ideias é uma força poderosa que pode nos levar por caminhos perigosos. Assim temos visto desde que o mundo é mundo. Desde os tempos bíblicos, quando Adão e Eva desafiaram a vontade divina levando à perda do paraíso para toda a humanidade.

Créditos: Domínio Público

 

Até os dias atuais, essa tendência continua presente em diversas áreas da vida, incluindo a esfera religiosa. No catolicismo, uma manifestação que reflete essa tendência é o sedevacantismo, uma corrente que questiona a legitimidade dos papas recentes, considerando-os impostores, e a cátedra papal como vazia.

É como um “fungo”, como disse o Papa Francisco. Podemos perceber pequenos grupos ou membros isolados que persistem em uma interpretação puramente má das declarações do Santo Padre. Esses são os hereges sedevacantistas da atualidade.

A heresia que levou à excomunhão

O sedevacantismo é uma característica que se desenvolveu especialmente no pontificado de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco. Essa crença sustenta que, independentemente de quem ocupe a cadeira papal, essa pessoa não é legítima. Pensamentos dessa natureza podem influenciar até a mais alta hierarquia, como foi o caso do arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico nos Estados Unidos. Em 2024, Viganò recebeu um excomunhão latae sententiae por não considerar a legitimidade do Papa e do Concílio Vaticano II.

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A renúncia de Bento XVI, em 2013, trouxe à tona questionamentos sobre a legitimidade de seu sucessor. Ao decidir abdicar do pontificado, Joseph Ratzinger decidiu retirar-se. Ele mesmo afirmou, ao chegar em Castel Gandolfo, em 28 de fevereiro de 2013: “Já não sou Sumo Pontífice da Igreja Católica”.

A unidade da Igreja está em perigo?

O caminho do cristianismo está marcado pela ação do Espírito Santo que atua na história e na liberdade das pessoas. A esse respeito, Ratzinger foi interrogado em 1997, quando era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. O futuro Papa Bento XVI respondeu assim: “Eu diria que o Espírito Santo não toma exatamente o controle da questão, mas sim, como bom educador que é, nos deixa muito espaço, muita liberdade, sem nos abandonar completamente. Então, o papel do Espírito Santo deveria ser entendido num sentido muito mais elástico.

Aderir à Igreja é também dom do Espírito que sopra onde quer e como quer. A não aceitação do Papa pode ser um caminho arriscado, separado da Igreja, conduzir a rumos perigosos.

“O Papa é um só, Francisco”, afirmou Bento XVI ao jornal italiano Corriere della Sera em 2019. “A unidade da Igreja está sempre em perigo, há séculos. Foi assim em toda a sua história. Guerras, conflitos internos, ameaças de cismas. Mas sempre prevaleceu a consciência de que a Igreja é e deve ficar unida. A sua unidade sempre foi mais forte do que as lutas e as guerras internas”, disse.

Rodrigo Luiz dos Santos
Missionário Núcleo da Comunidade Canção Nova

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