Existem situações que, por vários motivos, gostaríamos que jamais tivessem existido. Seria muito interessante se diante de tais circunstâncias pudéssemos simplesmente voltar os ponteiros do relógio, como num filme de ficção ou se, de repente, como num flash, saíssemos do problema despertando de um grande pesadelo.
Sabemos que não existe uma máquina do tempo ou um mágico que pudessem realizar nossos desejos, transformando as situações diante dos nossos olhos… Se fosse possível, muitos pagariam qualquer soma de dinheiro para possuí-los. Por outro lado, se isso acontecesse, seguramente estaríamos cada vez mais concentrados em nosso egoísmo e privados do aprendizado, pois diante das dificuldades não hesitaríamos em lançar mão de tais artifícios.
É desejo de Deus que sejamos um, vivendo num só propósito, um só coração!
Se atentarmos à composição de uma corda, percebemos que a mesma não é feita de um único fio, mas de várias delicadas fibras, as quais se romperiam se tentássemos amarrar alguma coisa com elas.
Encontraremos também em nossas comunidades semelhantes unidades presentes entre as fibras de uma corda. Somos em geral como estas “fibras” que compõem uma grande “corda”, a qual se dispõe em realizar seu propósito e missão, isto é, sustentar, socorrer ou servir como extensão de nossos braços a quem poderia vir necessitar de socorro ou especial atenção.
Nossa primeira comunidade, na qual todos os ingredientes para se viver o cumprimento da vontade de Deus se realizam, se chama Família. Por menor que seja nossa célula familiar, esta se compõe do número exato de “fibras” necessárias para constituir a “corda” que servirá de sustento a cada um dos seus membros. Sabemos que todos enfrentamos dificuldades e isso não isenta nenhum de nós de socorrer e ser socorrido dentro de nossa comunidade.
Haverá momentos em que um filho necessitará de socorro, por vezes, será o pai que também necessitará do socorro dos filhos, ora o irmão, ora a mãe… Dentro de nossa necessidade particular, precisaremos abrir o coração para o socorro e a docilidade para acolher a ajuda, pois nessa hora, diante da dificuldade de um dos membros, todas as outras pequenas “fibras” vão se unir para servir de resgate a quem corre o risco de ser arrastado pelas impetuosas correntezas do desânimo, medo, fadiga, ilusões… Ou até mesmo da dúvida sobre tudo o que acredita e professa. Do contrário, estaremos fazendo parte da correnteza, ao invés da “corda” de resgate.
A grandeza e a valorização de nossa comunidade se consolida quando percebemos a importância da ajuda de pessoas, que sozinhas nada poderiam fazer, entretanto, tal como as fibras de uma corda, essas pessoas se esforçam no mesmo propósito imbuídas no mesmo desejo de viver aquilo a que foram chamadas viver num só propósito e num só coração.
Dessa maneira, a alegria e a harmonia voltarão a reinar em nossas comunidades e poderemos dizer em alto e bom tom: Como é linda a nossa família!
Deus abençoe sua casa e nos faça sensíveis a esta grande realidade.