O Documento de Trabalho trata de três assuntos fundamentais para a família
O Vaticano publicou o “Instrumento de trabalho” do Sínodo extraordinário dos bispos, de 5 a 19 de outubro próximo, sobre a família, cujo tema é: “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”.
O último Sínodo sobre a família foi realizado com João Paulo II, em 1981, de onde saiu a importantíssima Exortação Apostólica Familiaris Consortio, de 22 de novembro de 1981. Essa exortação traz a doutrina básica e permanente da Igreja sobre a família e o casamento; é o texto de referência para esse assunto.
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O Documento de Trabalho que os bispos utilizarão foi divulgado também em português e pode ser visto no site do Vaticano [1]. Esse documento resume as respostas ao importante questionário sobre o matrimônio e a família, que foi divulgado no Documento preparatório ao Sínodo, em novembro de 2013, e que obteve respostas de bispos do mundo inteiro.
O Documento de Trabalho trata de três assuntos fundamentais para a família:
1 – “Comunicar o Evangelho da família hoje” – traz o “dado bíblico” da família, baseado no matrimônio entre homem e mulher, criados à imagem e semelhança de Deus e colaboradores do Senhor no acolhimento e na transmissão da vida. Destaca o valor da “lei natural”, colocada na base da dimensão esponsal entre o homem e a mulher.
2 – “A pastoral da família diante dos novos desafios” – trata dos desafios pastorais de hoje sobre a família e o casamento como: fraqueza da figura paterna, fragmentação devido a divórcios e separações, violências e abusos contra as mulheres e crianças, tráfico de menores, drogas, alcoolismo, dependência do jogo, trabalho, insegurança no emprego, falta de repouso no domingo, controle da natalidade e também a dependência da mídia e das redes sociais, que impede o diálogo em família e rouba o tempo livre para as relações interpessoais.
“Situações de irregularidade canônica” também são tratadas, sobretudo o caso dos divorciados e casados novamente. Essas situações difíceis serão analisadas com toda atenção pela Igreja, que é uma mãe que sempre acolhe os seus filhos sem negar a lei de Deus.
3 – “A abertura à vida e à responsabilidade educativa” – trata da abertura à vida por parte dos esposos e do importante tema do controle da natalidade; trata da questão dos contraceptivos e dos métodos naturais de regulação da fertilidade.
Sem dúvida, o Sínodo vai rezar e analisar os temas mais difíceis sobre a família e o casamento. O Cardeal Cardeal Lorenzo Baldisseri, que é o Secretário Geral do Sínodo, resumiu tudo dizendo que se deseja promover uma “pastoral de misericórdia” para aqueles casais que estão em situações de irregularidade canônica, como os que convivem, os divorciados, os desquitados, os divorciados que voltaram a casar pelo civil, as mães solteiras ou casais do mesmo sexo e o cuidado a ser dado aos eventuais filhos adotivos.; evidentemente, respeitando a Doutrina da Igreja. O cardeal manifestou também a “relevância” de “simplificar e agilizar os processos judiciais de nulidade matrimonial”. “Urge permitir às pessoas feridas curar-se e reconciliar-se, encontrando, de novo, confiança e serenidade”, acrescentou.