Todos os anos, no mês de outubro, surge a “polêmica” entre muitos católicos: afinal de contas, um católico pode ou não participar da “Festa” do Halloween?
Acredito que esse tipo de polêmica aconteça porque, infelizmente, ainda há um “grupinho” de pessoas que, embora se apresentem como católicos, ignoram diversos aspectos relacionados ao Halloween e acabam causando confusão e mal-estar entre os fiéis.

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Certamente, é necessário deixar de lado tais grupos e seguir aqueles que possuem vida exemplar e fiel à Doutrina Católica, bem como o ensinamento autêntico da Igreja. Sobre esse assunto, destaco as posições de Dom José Falcão (Bispo Auxiliar do Ordinariado Militar do Brasil), Padre Paulo Ricardo, Professor Felipe Aquino, Padre Duarte Lara, Padre Gabriele Amorth e tantos outros exorcistas que lidam diretamente com as forças do mal.
Dito isso, vamos compreender o que é essa festa e de que modo ela pode atingir negativamente nossos filhos.
O que é o Halloween?
O Halloween, mais conhecido no Brasil como o “Dia das Bruxas”, tornou-se uma festa popular muito difundida nos Estados Unidos e tem encontrado, infelizmente, crescente aceitação também aqui no Brasil.
A festa envolve fantasias e diversos símbolos que, em geral, representam a morte, as bruxas, os demônios e toda forma de realidade que exibe o feio e o terror. Em muitos lugares, é possível ver versões do Halloween que apresentam, de maneira explícita, relações com o ocultismo, os demônios, as “almas penadas” e até a exaltação do próprio demônio.
Ainda que algumas pessoas insistam em dizer que “é apenas uma festa”, não se pode ignorar o fato de que exaltar o mal, o ocultismo e as trevas jamais pode ser considerado algo normal à luz do catolicismo.
O que é o imaginário?
Quando falamos de “imaginário”, referimo-nos a um conceito que abrange os campos psicológico e pedagógico. O imaginário é um universo simbólico que existe em todos nós — mas, na criança, ele é muito mais sensível e intenso. É na infância que começamos a alimentar o imaginário e a estruturá-lo, na tentativa de compreender o mundo e dar sentido à realidade.
É por meio desse processo que a criança forma sua identidade, suas percepções do certo e do errado, do belo e do feio, do verdadeiro e do falso. Tudo isso é absorvido por meio dos sentidos e depositado no interior de seu próprio imaginário.
Quando uma criança acessa o seu imaginário, ela processa emoções — medo, tristeza, alegria — em correlação simbólica com as experiências vividas. É nesse espaço interior que ela aprende a distinguir realidade e fantasia, desenvolve a criatividade e cria histórias, entrando em seu “mundo de faz de conta”.
Portanto, o imaginário não é algo superficial ou irrelevante: ele está diretamente ligado ao crescimento emocional, cognitivo e espiritual da criança.
O imaginário da criança
Quando a realidade do Halloween é apresentada ao imaginário infantil, ela pode corromper estruturas interiores que deveriam estar sendo formadas de outro modo e sob uma perspectiva mais saudável.
As crianças tendem a aceitar as fantasias do Halloween sem conseguir discernir o que é real do que é imaginário. Quando símbolos de horror, morte e demônios são introduzidos de forma lúdica, o resultado pode ser uma grande confusão interior. Nem sempre elas conseguem perceber que aquilo é “só uma brincadeira”. O imaginário pode ser dominado por essas imagens e conceitos negativos, gerando sentimentos de medo e insegurança.
É comum que crianças expostas a imagens de terror, histórias macabras e fantasias demoníacas passem a ter medo de dormir sozinhas, medo do escuro, pesadelos e terrores noturnos.
Nessas situações, o demônio — astuto como é — pode se aproveitar desses medos e inseguranças para atormentar, confundir ou lançar pensamentos destrutivos sobre essas crianças, causando danos espirituais e emocionais.
Quando uma criança é exposta à normalização do mal, à bruxaria, à magia e à feitiçaria, sua percepção do que é certo ou errado pode ser profundamente corrompida. A distinção entre luz e trevas, santidade e pecado, passa a se tornar confusa.
Talvez isso pareça inofensivo para o imaginário de um adulto já formado; contudo, no caso de uma criança — cujo imaginário ainda está em maturação — os efeitos são sérios e podem comprometer o desenvolvimento moral e espiritual dela.
Quando a consciência moral é distorcida, a capacidade de escolher o bem ou o mal também se fragiliza. E, em tempos de crescimento do esoterismo, do ocultismo e até do satanismo entre os jovens, normalizar o horror e o demoníaco pode abrir portas perigosas. A curiosidade gerada pode levar, mais tarde, à busca pela superstição, adivinhação e espiritismo — práticas que a Igreja Católica condena com firmeza.
Portanto, o Halloween é uma festa pagã, e uma criança católica não deve participar dela.
É um modo equivocado e perigoso de introduzir o mundo lúdico e imaginário a quem ainda não tem consciência plenamente formada.
Além disso, distorce realidades sérias — como a morte, os demônios, os espíritos, a luz e as trevas —, contrariando aquilo que a Igreja Católica ensina.
Por fim, há inúmeros relatos de exorcistas que lidam diariamente com realidades espirituais concretas e que afirmam: o contato com as práticas pagãs e simbolismos do Halloween pode, sim, atingir diretamente uma pessoa!
Diante de tudo isso, é fundamental que as famílias e os educadores católicos ofereçam às crianças experiências que fortaleçam seu imaginário de forma positiva, edificante e ligada à fé da Igreja. Em vez de permitir o contato com símbolos do mal e do horror, devemos conduzi-las à beleza da santidade, à alegria das histórias dos santos, ao encantamento da criação de Deus e a tudo aquilo que promova a virtude, a verdade, o bom e o belo.
Enquanto o mundo se diverte com as trevas, nós somos chamados a ser luz em meio a essa escuridão!
Deus abençoe você!
Danilo Gesualdo – Missionário da Comunidade Canção Nova




