À medida que se estuda a Palavra de Deus, pode-se observar que o Senhor estabelece diferentes “instituições” ou veículos básicos para manifestar sua Palavra. Cada instituição tem suas responsabilidades específicas de serviço e cada uma é chamada a realizá-las em respeito a Deus e à Sua Palavra. Na proporção que cada instituição se desvia de seu propósito e responsabilidade originais, haverá o mesmo grau de desequilíbrio e, subsequentemente, pressão excessiva sobre as outras instituições designadas a funcionar em harmonia uma com a outra. Estas instituições, como veículos do governo de Deus, são designadas para expressar o Reino de Deus sobre a terra numa certa localidade, para que o mundo possa ver como será quando Jesus reinar nos corações dos homens.
Essas instituições são:
a) a Família (que foi a primeiro a ser estabelecida e designada a fim de manifestar, em primeiro lugar, o governo de Deus, cf. Gn 2:21-24);
b) a Igreja (comunidade redimida da aliança mencionada nas Escrituras como a Noiva de Cristo, ou o Corpo de Cristo, cf. Ef 1:22-23);
c) o Governo Civil (instituição designada para executar a justiça e as leis de Deus, cf. Rm. 13:1-4).
Não se pode dizer que é cristão se não é envolvido com a cidadania. Não tem como se dizer que é cidadão consciente se não é envolvido pela caridade que deve identificar aqueles que vivem a experiência do Deus-caridade. O valor do homem está naquilo que ele é, não naquilo que faz ou tem. Na essência do seu ser ele herdou do seu Senhor a inteligência, a liberdade, a vontade, a sensibilidade, a consciência.
“Na intimidade da consciência o homem descobre uma lei. Ele não a dá a si mesmo. Mas a ela deve obedecer (Gaudium et Spes, 16).
Para esta formação da consciência da pessoa humana, que gera independência segura, a família tem um papel fundamental e insubstituível. Como pais e educadores cristãos, nossa missão é fazer dos filhos discípulos do Senhor, que amem o Mestre e estejam prontos para segui-Lo.
Devemos preparar a próxima geração para cumprir o propósito de Deus na história, com entendimento e com determinação. Se descuidarmos da herança do Senhor, nossa luta será em vão.
Há na Bíblia três instituições reconhecidas com autoridade outorgadas por Deus: a família, a Igreja e o governo civil. Porém, só aos dois primeiros cabe prover educação, uma vez que o governo civil jamais poderia atuar em nome da família, representando seus valores e objetivos próprios.
O Estado traduz o pensamento da coletividade, partindo do princípio de que a maioria está certa.
O que vemos nas escolas de hoje em geral é o desrespeito às autoridades, falta de disciplina, desinteresse pelo aprendizado, irresponsabilidade, influência de novas filosofias nos temas e nos livros, baixa qualidade do ensino, imoralidade, corrupção, entre outros. Portanto, biblicamente escola só tem sentido como uma extensão da família, para com ela cooperar em aliança de princípios e propósito, e sob a cobertura espiritual da Igreja. A visão é de famílias unidas com a bênção da Igreja, trabalhando na formação de uma geração consciente de seus valores e responsabilidades, capacitadas para exercer seu ministério na sociedade e cumprir o propósito de Deus. Trata-se de uma aliança estratégica, para garantir a expansão do Reino, mesmo em meio a uma geração perversa e corrupta.
Como pais, como educadores, como Igreja e como cidadãos responsáveis, temos o dever de preparar a próxima geração. A separação das gerações tem sido uma poderosa arma de destruição dos valores familiares, expondo a criança aos predadores sociais. Temos que resgatar o valor da criança e a união de gerações: avós, pais e jovens, todos trabalhando juntos no projeto de vida das crianças.
A criança e o adolescente que encontram um sentido nobre para suas vidas não vão desperdiçá-la de maneira desordenada. Depois é preciso valorizar o caráter na formação do aluno, para o que é fundamental o exemplo e o trabalho árduo. Caráter pressupõe uma marca, uma gravação feita a partir de um molde, daí a necessidade de exemplo consistente. Quanto ao trabalho árduo, a própria história nos ensina que a indolência, a comodidade e a ociosidade levam o homem ao declínio moral e à improdutividade. Quando fugimos da dificuldade ou privamos nossos filhos da dureza, estamos impactando o desenvolvimento do caráter deles.
A Igreja teria nisso um fator decisivo para apoiar o cumprimento da grande missão: formar bons cristãos e honestos cidadãos, fortalecendo as famílias. Trata-se de uma aliança estratégica, na qual cada parceiro (Igreja, escola e família) contribui com aquilo que faz melhor, para realizar o propósito de Deus sob a mesma visão do Seu Reino.
Eu estou disposto a formar e a ser formado na escola de Jesus, sabendo que a fé cristã muito mais que acreditar em Jesus é viver a Sua Palavra? O que me falta para atingir o que já sou no coração de Deus? Quero ajuda?