São Luís Gonzaga

As virtudes de São Luís Gonzaga, o padroeiro dos jovens, dos estudantes e dos seminaristas

As virtudes de São Luís Gonzaga

A história de São Luís Gonzaga é um autêntico exemplo e modelo de virtude. Nascido em 1568, o jovem italiano viveu sua conversão aos sete anos de idade, levando-o a fazer um voto de guardar perpetuamente sua virgindade e consagrando-se a Virgem Maria. Oriundo de uma família nobre, renunciou a tudo a fim de ingressar na Companhia de Jesus – os Jesuítas –, em 1585, almejando o sacerdócio. Dedicando sua vida à penitência, à oração, ao cuidado dos pobres e doentes, Luís gastou-se inteiramente e, contraindo a peste bubônica, veio a falecer em 21 de junho de 1591.

Em toda a sua vida, foram inúmeras as valorosas virtudes observadas, demonstrando seu caminho de santificação. De modo especial, destacaremos três, que estão muito ligadas entre si: a pureza, a obediência e a perseverança.

Créditos: domínio público

A pureza: uma oferta total ao Senhor

Proveniente de uma família aristocrata, os ambientes que cercavam Luís não eram os mais favoráveis para a vivência da pureza: sua família estava constantemente envolvida em guerras e, desde pequeno, foi preparado para o ofício militar, aprendendo um vocabulário que desagradava a sua mãe. Além do ambiente violento, em meio às cortes reais que ele convivia, deparava-se constantemente com ocasiões que poderiam levá-lo a pecar contra a castidade.

Luís, desde muito jovem, aprendeu os valores da fé a partir de sua mãe. Movido pelo que foi ensinado, fez um voto de castidade aos nove anos de idade, tendo por modelo a Virgem Maria, que se consagrou inteiramente a Deus. Quando se deparava com essas ocasiões que poderiam lhe ferir a pureza, o jovem buscava a mortificação, a penitência e a oração, a fim de viver com fidelidade o propósito feito. Antes mesmo de ingressar na vida religiosa, observa-se, na vida de São Luís, sua busca em guardar os sentidos, sobretudo o olhar, a fim de não pecar.

A obediência: não ofender a infinita bondade de Deus

O Padre Antonio Royo Marín, em sua obra ‘Teologia da Perfeição Cristã’, apresenta a obediência como a primeira e mais excelente virtude moral, uma vez que a sua perfeição consiste em submeter-se a uma autoridade direta ou indireta de Deus, convertendo-se em um holocausto da própria vontade oferecido a Deus.

A história de São Luís evidencia a prática da obediência: desde a sua infância, Luís deparou-se com um cenário desafiador no aspecto moral, mas, pelo amor a Deus, ele recordava-se constantemente do seu voto e de sua consagração, buscando uma vida de mortificação dos sentidos. Se esses atos em sua vida demonstraram sua docilidade à vontade de Deus, em nada foi diferente em relação aos seus superiores. Quando chegou na Companhia de Jesus, seus superiores lhe pediram que moderasse um pouco em suas penitências em vista de sua saúde já fragilizada. Ainda que realizasse tudo por amor a Deus, São Luís obedeceu à orientação de seu superior.

Não foi diferente a resposta de São Luís em relação ao cuidado dos doentes. Naquele período, os jesuítas deram início a um hospital que recolhia os doentes, cuidava e administrava os sacramentos. Mesmo sabendo dos riscos que corria de se infectar, ele serviu docilmente a cada um daqueles que lhe eram confiados.

A perseverança: tudo em vista da Eternidade.

Ambas as virtudes mencionadas se relacionam à virtude da perseverança e esta pode ser constatada tão facilmente na história de São Luís. Mesmo sabendo que não era a vontade de seu pai que ele se tornasse um religioso, Luís perseverou em buscar concretizar aquilo que era a vontade de Deus. De igual modo, já inserido na vida religiosa, mesmo sabendo que corria riscos ao cuidar daqueles enfermos, ele se manteve perseverante na missão que lhe foi confiada. A perseverança é a virtude capaz de conservar o exercício do bem e a permanência no caminho assumido. São Luís perseverou! As adversidades da família, sua saúde física, as exigências dos trabalhos assumidos, nada lhe tirou da realização da vontade de Deus. Se de um lado temos a virtude da perseverança, de outro temos também a sua magnanimidade e fortaleza: a busca em dedicar-se a coisas grandiosas e o seu ânimo de caráter.

O que aprender de São Luís?

A vida de São Luís Gonzaga é uma verdadeira escola de santidade. Era um jovem que tinha todos os motivos para acomodar-se na vida que ele estava, mas deixou-se encontrar pelo sentido de todas as coisas e atraído por este grande amor, viu-se inteiramente movido a corresponder.

São Luís desejava os bens mais grandiosos: o céu, a eternidade. Ele soube renunciar a tudo o que é passageiro, para ficar com o que é eterno.
Mas a sua vida não foi fácil, mesmo após sua entrada na vida religiosa. O seu cotidiano não era plenamente favorável, mas ele soube viver cada instante como um meio favorável para exercitar a virtude e amar a Deus.

São Luís Gonzaga nos ensina a perseverar, a manter os olhos fixos no Senhor, buscando-O incessantemente, exercitando a virtude e não desejando outra coisa além da santidade. Que ele interceda por nós para que, dia após dia, estejamos dispostos a nos entregar inteiramente ao Senhor, amando-O e progredindo nas virtudes!

Emanuel França Silva 
Membro da Comunidade Canção Nova desde 2020, é seminarista, cursando Filosofia na Faculdade Canção Nova.