Hoje cedo, chamou-me à atenção este provérbio já tão conhecido: “Dize-me com quem andas e te direi quem és”. Para nós cristãos, relacionamos essa frase à oração, e compreendemos que quem mantém muito contato com Deus torna-se semelhante a Ele. Daí, o valor da oração, tendo em vista que a meta do discípulo é sempre ser semelhante ao Mestre. Diz padre Kentenich que, além de nos assemelharmos a Cristo pela oração, tornamo-nos também possuidores das riquezas divinas, já que a vida dos santos e cristãos piedosos confirma que os tesouros de Deus estão à disposição daqueles que rezam.
A oração desperta nossos sentidos para que percebamos os presentes que Deus já nos deu, mas não conseguimos por nós mesmos reconhecê-los como providência divina. Há uma história que nos faz compreender melhor essa realidade:
“Após uma longa viagem, havia-se esgotado a reserva de água potável de um navio. Não queriam tomar água salgada para não intensificar a sede. O capitão não avistava margem nenhuma no horizonte. Avistou, porém, outro veleiro que navegava ao seu encontro. Aos gritos, pediram aos marinheiros dessa nave que se acercassem um pouco e os socorressem com água doce. No entanto, obtiveram, também aos gritos, a resposta: ‘Ora, tirai a água do mar e bebei, não vêem que é água doce?’. Experimentaram. E recolhendo a água do mar, notaram que, já havia tempo, navegavam em água doce, no imenso estuário de um rio.”
Nesse caso, a oração é como o grito daqueles marinheiros, que apontavam a solução tão próxima do problema de seus companheiros. Assim acontece conosco: muitas vezes, nadamos no oceano de graças que o Divino Deus nos oferece todos os dias, mas quase morremos de sede por não ousarmos tirar um pouco da água e experimentar.
Como se assemelhar a Cristo?
Quanto à semelhança a Cristo que adquirimos pela oração, padre Kentenich chega a afirmar: “Somos igrejinhas ambulantes, santuários vivos da Santíssima Trindade.”
Quanto mais cultivarmos uma vida de oração e pureza, quanto mais cultivarmos a vida divina em nós, tanto mais semelhantes a Cristo nos tornaremos já aqui na Terra. O brilho da vida divina que está em nós vem do interior, como que transfigurando nosso pobre corpo mortal.
Eis por que pessoas idosas, que levaram sempre uma vida pura e agradável a Deus, muitas vezes, têm aparência tão sobrenatural; e pessoas santas, independente da idade que tenham, às vezes, parecem-nos seres de um outro mundo. Então, se tens andado em contato com Deus, se tens buscado sua companhia e amando-O mais que a outros e a ti mesmo, todos os tesouros do Céu estão a tua disposição, e tua semelhança a Cristo deve ter atingido o grau maior.
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O amor é uma potência que tende a unir e a tornar semelhantes os que se amam. É certo que Deus nos ama! Se o amarmos, certamente, seremos como Ele é. Que assim seja!