“Pilatos falou-lhes outra vez: “E que quereis que eu faça daquele a quem chamais o Rei dos judeus?” Eles tornaram a gritar: “Crucifica-o!” Pilatos replicou: “Mas que mal fez ele?” Eles clamavam mais ainda: “Crucifica-o!” Querendo Pilatos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado” (Mc 15,12-15).
Quando estava iniciando minha caminhada com Jesus, sempre que lia a esse texto do Evangelho de São Marcos, em que o próprio povo gritava acusando a Jesus: “Crucifica-O! Crucifica-O!”, era tomado por uma raiva tamanha desse povo e até parava de rezar. Às vezes, dizia para mim mesmo: “Que gente ruim! Andavam com Jesus, experimentavam o poder de Jesus a toda hora, viam curas, viam milagres, chamavam-No de Mestre, de Rabi, mas na hora de tomar as dores de Cristo, resolveram libertar outro homem”. Outras vezes pensava: “Esse povo podia ter feito uma revolução, ou feito qualquer coisa, sei lá, dado um jeito de libertar Jesus daquele sofrimento e até da morte”.
Naquele tempo, era complicado para mim aceitar o fato do povo ter ficado inerte diante da condenação de Jesus. Só que, um dia, quando estava em oração, fui lembrando de vários momentos em que eu pequei e ofendi a Jesus. Percebi que, passados mais de dois mil anos, cada vez que nós pecamos, cada vez que nós decidimos ficar longe de Deus, cada vez que nós o ofendemos com nossas atitudes, nós dizemos, ainda que implicitamente: crucifica-O.
Quando ofendemos a Deus com os nossos pecados, é como se estivéssemos chicoteando as costas de Jesus. Quando preferimos um programa de TV, ao invés de rezarmos um terço ou lermos a Palavra de Deus, estamos preferindo a Barrabás e dizendo para o Cristo: “Crucifica-O!”.
E veja, não estou me referindo aqui àquelas pessoas que não são de Deus, que não são da Igreja, mas aos verdadeiramente cristãos. Estou falando para aquelas pessoas que vão à Igreja, conversam com Jesus, comungam – umas até diariamente – vêem Jesus curar e libertar quase que semanalmente… Mas continuam a maltratar nosso Senhor com seus pecados, com suas faltas. Estou falando de gente como eu e talvez, como você!
Uma revolução da santidade
Há muitas pessoas que, como eu e você, estão diariamente na Igreja, mas não sabem o que significa a palavra “pecado”. Pensam que pecado é apenas roubar ou matar. Alguns chegam a pensar que, se todo mundo faz, então, não é mais pecado. Por exemplo: tem gente que pensa assim: se todo mundo mente, então, mentir não é mais pecado. Se todo mundo “fica” com todo mundo, então “ficar” não é mais pecado… E por aí vai.
Só que pecado é tudo o que vai contra aquilo que Deus tem ensinado ao seu povo. Se Deus diz que mentir é errado e que a verdade liberta, logo, a mentira é um pecado. Se Jesus nos mostra, por meio dos ensinamentos da Igreja, que é necessário ter palavra, compromisso e fidelidade num relacionamento e que nossa afetividade deve ser levada a sério, então, o “ficar” é errado e, portanto, um pecado. E cada vez que nós resolvemos, por conta própria, agir contra os ensinamentos de Deus, nós pecamos!
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Eu não sei se você, algum dia na sua vida, teve esse momento de indignação diante dessa Palavra, mas se você teve, faça algo para reparar o sofrimento de Jesus: seja santo; seja santa. Não acuse a Jesus com os seus pecados! Lute para que, com a sua santidade, todas as ofensas ao coração de Jesus sejam reparadas.
Há quanto tempo você não se confessa? Confessar os pecados é, olhando por esse prisma, aliviar o sofrimento de Cristo em relação aos pecados da humanidade. Por isso, se você pode – e tenho certeza que você pode – procurar um sacerdote nesta semana e confessar os seus pecados, faça isso. Você terá uma excelente experiência para contar!
Faça uma revolução na sua casa, na sua vida: a revolução da santidade. Essa é a proposta de hoje… Essa é a proposta de uma vida.
Um abraço!
Cadu