Conversão

Encontre, na humildade, o começo da tua cura e libertação!

Jesus sabe o que está dizendo. Quando Ele dá este conselho a você, certamente não está jogando “palavras ao vento”. Humildade! Quantos personagens da Bíblia puderam encontrar o verdadeiro sentido da vida apenas após abraçar este conselho!

O humilde é aquele que sabe quem é. Quem sabe quem é não consegue ser orgulhoso. O orgulho ou soberba é a matriz de todos os outros defeitos. O orgulhoso é uma pessoa cega em relação à sua própria verdade, à sua própria identidade. Porque todo aquele que consegue estar diante de si próprio, nu e cru, tal qual nos vê o Eterno, não consegue sentir-se “superior”, rejeita a presunção de ser o que não é! O conhecimento de si só pode brotar num coração humilde. Deus resiste ao soberbo (1Pd 5,5). A verdadeira maturidade espiritual brota de um coração humilde. A decisão de ser humilde ainda não é humildade até que a pessoa se coloque a caminho pela estrada do arrependimento sincero, levantando-se toda vez que cair e reconhecendo que só o Senhor pode realizar a obra nova com que tanto sonhamos.

Crédito: AnnaNahabed by GettyImages/cancaonova.com

A humildade é também uma virtude indispensável, pois protege da vaidade que fecha o acesso à verdade.

A humildade de alma gera também uma grande liberdade. Finalmente, nos desprendemos do maligno fardo que é a “opinião alheia” e nos agarramos às asas libertadoras da “opinião divina”. “Porque é sobre o humilde que Deus derrama a sua graça! É para o humilde de coração que Ele olha!”. Como disse também Nossa Senhora: “Olhou para a humildade de sua serva!” (Lc 1,48). É preciso trilhar o caminho da humildade através do caminho do arrependimento.

A Igreja nos apresenta um momento muito especial para exercitar a humildade. Esse momento é um diálogo sincero com Jesus. É a oportunidade de permitir que o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, cumpra essa missão no “meu mundo pessoal”. Trata-se do Sacramento da Reconciliação, a confissão! Não vou prolongar o assunto tratando dos efeitos extraordinários da confissão como o alívio psicológico e cura interior. Quero dar ênfase ao fato de que o efeito libertador da confissão pressupõe que eu me confesse do jeito certo! Uma boa confissão exige um arrependimento sincero!

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“Do desejo de ser conhecido, livrai-me, ó Jesus.”

Não se aflija. A humildade não se trata apenas de uma necessidade pessoal. É também vontade de Jesus que sejamos assim. Em toda a sua vida, Ele não pediu que o imitássemos em outra coisa. Poderia ter pedido: “Aprendei de mim que sou bom pregador, taumaturgo e líder”. Não! A recomendação, única neste gênero em todo o Evangelho, afirma: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração!”. Se Jesus nos receitou a humildade, é porque Ele sabe que sem isso jamais seremos curados.

Padre Delton Alves de Oliveira Filho – Trecho retirado do livro: Sete conselhos do coração de Jesus