A Igreja como comunidade eclesial, tanto em sua vida interna como em sua atuação na sociedade, deve dar um claro testemunho de seu empenho para superar toda forma de discriminação, no espírito do Evangelho (Deus não faz discriminação entre as pessoas); e conforme as orientações do Concílio Vaticano II: “Nós não podemos invocar a Deus, Pai de todos os homens, se nos recusamos a nos comportar como irmãos para com alguns homens criados à imagem de Deus”.
Olhando para o nosso mundo, alguns cristãos vêem, sobretudo seus defeitos e desvios: violência, ganância, egoísmo, busca do prazer, porém, um olhar atento reconhece sinais da presença de Deus e pode-se ver muitas pessoas em busca de amor, solidariedade, paz, dispostas a amar, partilhar e a servir.
A missão da Igreja
A missão da Igreja – como o Concílio Vaticano II a descreveu e como São João Paulo II reafirmou tantas vezes – tem três aspectos fundamentais: oferecer aos fiéis uma experiência autêntica de Deus; criar uma comunidade fraterna verdadeira “casa de comunhão”; participar da construção de uma sociedade justa e solidária, servindo, em primeiro lugar, aos pobres.
Quais os meios para cumprir a missão?
Para cumprir tal missão, a Igreja é alimentada pelas fontes da vida divina. O próprio Deus, nosso Pai, nos enviou o seu Filho Jesus, que nos oferece a sua Palavra, a Liturgia e os Sacramentos, e nos envia continuamente o Espírito Santo que suscita em nossos corações o amor a Deus e aos irmãos.
Como Igreja, somos chamados a verificar isto: se em nossas comunidades o povo de Deus pode realmente encontrar a Palavra de Cristo, a Eucaristia e os outros sacramentos bem como o amor (que não apenas cria a comunhão fraterna entre nós, mas nos impele a servir ao próximo e a sermos sementes de solidariedade e justiça no mundo), também somos chamados a propor como fazer isso com mais vigor e de modo melhor.
Esta, então, é também a nossa tarefa e o nosso desafio: renovar o vigor da nossa fé; aprimorar a qualidade da nossa ação, fazer brilhar com mais clareza a Palavra do Evangelho, abrir as nossas comunidades a todos os que nos procuram. Em suma: mostrar uma Igreja viva em que todos são chamados à comunhão.
A minha espiritualidade tem de ser uma fé que inspira e sustenta a minha vida, e essa fé se expressa em oração de louvor e gratidão a Deus. A oração faz com que o meu coração se abra para que eu possa compreender e aliviar o sofrimento dos outros. Na oração, tomo consciência de que Deus ama a todos e não posso amar a Deus, a quem não vejo, se não amar o meu próximo que está ao meu lado.
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As Orações Eucarísticas pedem ao Pai não apenas que transforme o pão e o vinho no corpo de Cristo; assim é a Oração Eucarística IV: “Olhai, com bondade, o sacrifício que destes à Vossa Igreja e concedei aos que vamos participar do mesmo pão e do mesmo cálice que, reunidos pelo Espírito Santo num só corpo, nos tornemos em Cristo um sacrifício vivo para o louvor da vossa glória”.
É o que ensinavam os Santos Padres. Santo Agostinho repete, muitas vezes, citando o Apóstolo Paulo (1Cor 12, 27): “Vós sois o corpo de Cristo e seus membros”. E acrescenta: “Alegremo-nos e agradeçamos: tornamo-nos não só cristãos, mas Cristo! Maravilhai-vos e alegrai-vos: Transfiguramos-nos em Cristo”.
Urge uma Igreja de comunhão integral, orientada ao conhecimento, à escuta, à compreensão dos valores de cada um, que supere apressadas avaliações e respeite a fé de cada um. Comunhão que suscite relacionamentos de amizade e objetive a fraternidade universal, tendo como modelo o amor desinteressado e radical que Jesus ensinou e viveu.
Seu Irmão,
Eduardo Rocha Quintella
Continuo Orando Por Você!