Ao longo do nosso caminhar nessa vida, sempre iremos contemplar situações que querem ferir a nossa identidade de filhos de Deus. Sustentar a esperança e ter paciência, sabendo esperar, garante a nossa salvação. Estamos inseridos num mundo que é um vale de lágrimas; as contradições existem e estão ao nosso derredor. O profeta não pode deixar de ser profeta por causa do pecado e da infidelidade que está a sua volta.
A convivência com a impiedade, o pecado, a contrariedade e o sofrimento não podem obscurecer a verdade do que somos. Mesmo imerso numa desolação total, o profeta revela a firmeza da sua vocação e do seu profetismo de origem divina. O joio e o trigo crescem juntos, por isso é necessário aceitar a convivência com o joio que se revela inevitável, sem se deixar influenciar, ou seja, permanecendo trigo de Deus. Esse sempre será o nosso desafio.
Nossa identidade não pode ser maculada por essa convivência difícil, pois nossa certeza é de que somente o trigo tem lugar no celeiro de Deus (os justos brilharão como o sol no Reino de Deus). E tal certeza deve nortear e sustentar a nossa vivência cristã.
O evangelista quer uma comunidade que viva essa contínua tensão de conversão, porque o trigo bom é definido pela perseverança e paciência. Ele deseja sacudir a sua comunidade, tirá-la da acomodação e de uma falsa segurança, exortando-a à vigilância permanente.
Que Deus nos dê a graça para que, nesse entendimento maduro, tenhamos a nossa identidade firmada e fortalecida para a provação. Semeamos a melhor semente, mas o inimigo também trabalha, semeando o joio. Nunca devemos parar de semear o melhor, mesmo que o ruim seja palntado, pois quem perseverar até o fim será salvo. Seja perseverante na sua caminhada rumo à eternidade em Deus.
Com a minha benção sacerdotal, abençoe-vos o Deus todo poderoso!