Retiro Popular - 25 de março

Experimentar a força do Ressuscitado

A Boa Nova do Evangelho se destina a todos, sem exceção. A vida nova, presente do Cristo ressuscitado, é oferecida a homens e mulheres de todas as gerações e povos.

Há várias figuras femininas igualmente atraentes e intrigantes em seu contato com Jesus e com as primeiras comunidades cristãs. Muitas delas são citadas em situações de conversão que têm a ver com a família e a moral familiar. Sempre Jesus supera as barreiras e se encontra com elas, desvelando-lhe a grandeza de alma e a seriedade com que se convertem. Outras, como Marta, irmã de Maria e Lázaro, aparecem como mulheres fortes, decididas. Uma delas, Maria Madalena, foi apóstola dos apóstolos, levando-lhes a Boa Nova da Ressurreição. É que a virtude do Vencedor da Morte já havia triunfado em sua vida, aquela de quem tinham sidos expulsos sete demônios. Certamente a experiência de mudança em sua vida iluminou os passos e fortaleceu as palavras após a Ressurreição.

Uma delas, a mulher adúltera do capítulo 8 de São João, tornou-se apóstola de uma só missão: “Vai e não peques mais.” O mundo já fica melhor, pela comunhão dos santos, quando alguém dá um passo para sair do pecado. Uma alma que se eleva, eleva o mundo!

“Dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras. Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele. Assentou-se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério. Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério. Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso? Perguntavam-lhe isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para frente e escrevia com o dedo na terra. Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra. Inclinando-se novamente, escrevia na terra. A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele. Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não peques mais” (Jo 8,1-11).

Nos Atos dos Apóstolos “uma mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus,nos escutava. O Senhor abriu-lhe o coração, para atender às coisas que Paulo dizia. Foi batizada juntamente com a sua família e fez-nos este pedido: Se julgais que tenho fé no Senhor, entrai em minha casa e ficai comigo. E obrigou-nos a isso” (At 16,14-15). Como aconteceu com o carcereiro, também à família de Lídia chegou o anúncio do Senhor ressuscitado.

Os que se convertiam envolviam com seu testemunho as próprias famílias. Em torno dos primeiros cristãos florescia a caridade, e o Espírito Santo concedia seus dons.

“Pedro, que caminhava por toda parte, de cidade em cidade, desceu também aos fiéis que habitavam em Lida. Ali achou um homem chamado Enéias, que havia oito anos jazia paralítico num leito. Disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te cura: levanta-te e faze tua cama. E levantou-se imediatamente. Viram-no todos os que habitavam em Lida e em Sarona, e converteram-se ao Senhor. Em Jope havia uma discípula chamada Tabita – em grego, Dorcas. Esta era rica em boas obras e esmolas que dava. Aconteceu que adoecera naqueles dias e veio a falecer.
Depois de a terem lavado, levaram-na para o quarto de cima. Ora, como Lida fica perto de Jope, os discípulos, ouvindo dizer que Pedro aí se encontrava, enviaram-lhe dois homens, rogando-lhe: Não te demores em vir ter conosco. Pedro levantou-se imediatamente e foi com eles. Logo que chegou, conduziram-no ao quarto de cima. Cercavam-no todas as viúvas, chorando e mostrando-lhe as túnicas e os vestidos que Dorcas lhes fazia quando viva. Pedro, então, tendo feito todos sair, pôs-se de joelhos e orou. Voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te! Ela abriu os olhos e, vendo Pedro, sentou-se. Ele a fez levantar-se, estendendo-lhe a mão. Chamando os irmãos e as viúvas, entregou-a viva. Este fato espalhou-se por toda Jope e muitos creram no Senhor” (At 9,32-42).

Na última semana da Quaresma, antes de participar da Semana Santa e da Páscoa, olhe ao seu redor para descobrir as pessoas e situações, começando de sua casa, a serem tocadas pelo seu testemunho. É bom tomar consciência de que a graça que atua em você e seus familiares faz uma grande diferença. Uma família que reza unida, permanece unida e cresce unida. Quando alguém recebe o sacramento do Batismo, ou a Crisma, ou a Eucaristia, há algo de diferente, para melhor,em sua casa! E quando você busca o sacramento da Penitência, a qualidade de vida, numa “ecologia humana” de ordem sobrenatural, aumenta. Sim, é melhor uma família que vive em estado de graça! E o Matrimônio, sacramento que faz de um homem e uma mulher sinais da união de Cristo e da Igreja, não é um enfeite. É tempo de revalorizá-lo e trabalhar, em nossa parentela, para que mais graças se espalhem em nosso mundo.E a doença? Quem sabe o Retiro Popular pode suscitar missionários da Unção dos Enfermos, já que há muitas pessoas deixadas sozinhas com a enfermidade, privadas da graça sacramental! A partir da conversão pessoal e de uma nova vida na família, nasça um novo impulso missionário.

O pão da palavra
Quem experimenta o perdão torna-se missionário, levando a Boa Nova às outras pessoas.

Dia 25 de março, Quinto domingo da Quaresma

Is 43,16-21; Sl 125; Fl 3,8-14; Jo 8,1-11.

Este é o último domingo dos exercícios quaresmais.
Ao preparar a participação na Santa Missa com sua Família, comece a conversar sobre a Semana Santa e o modo de todos se envolverem. É bom preparar uma vela para cada pessoa participar da Vigília Pascal, a celebração mais importante do ano.

Quarenta dias “de joelhos”

“Mal acabavam de rezar, tremeu o lugar onde estavam reunidos. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram com intrepidez a palavra de Deus” (At 4,31). Na oração, precisamos pedir o que é mais importante:o dom do Espírito Santo. Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, Caminho,Verdade e Vida, para que nossos povos tenham nele a vida. Participemos juntos, com a força da Páscoa, do grande mutirão da missão!

-Participar da Missa Dominical juntamente com sua família, preparando também a Semana Santa.

-Fazer a Via-Sacra na terça e na quinta-feira, com o texto proposto.

– Rezar a cada dia o Salmo 31:

– Feliz o homem que foi perdoado, e cuja falta já foi encoberta! Feliz o homem a quem o Senhor não olha mais como sendo culpado, e em cuja alma não há falsidade!

– Eu silenciei meu pecado, dentro de mim definhavam meus ossos e eu gemia por dias inteiros, porque sentia pesar sobre mim a vossa mão, ó Senhor, noite e dia; e minhas forças estavam fugindo, tal como a seiva da planta no estio.

– Eu confessei, afinal, meu pecado, e minha falta vos fiz conhecer. Disse: “Eu irei confessar meu pecado!” E perdoastes, Senhor, minha falta.

-Todo fiel pode, assim, invocar-vos, durante o tempo da angústia e aflição, porque, ainda que irrompam as águas, não poderão atingi-lo jamais. Sois para mim proteção e refúgio; na minha angústia me haveis de salvar, e envolvereis a minha alma no gozo da salvação que me vem só de vós.

-“Vou instruir-te e te dar um conselho; vou te dar um conselho a seguir, e sobre ti pousarei os meus olhos: Não queiras ser semelhante ao cavalo, ou ao jumento, animais sem razão; eles precisam de freio e cabresto para domar e amansar seus impulsos, pois de outro modo não chegam a ti.”

– Muito sofrer é a parte dos ímpios; mas quem confia em Deus, o Senhor, é envolvido por graça e perdão. Regozijai-vos, ó justos, em Deus, e no Senhor exultai de alegria! Corações retos, cantai jubilosos!

O Jejum

Lá no fundo do coração, há um passo a ser dado, que depende de sua liberdade e decisão. Para dá-lo, propomos o “jejum do coração”: renunciar aos ressentimentos e mágoas da vida passada. “Vai e não peques mais” (Jo 8,10-11). Diante das eventuais feridas, tomar a forte decisão de amar as pessoas e situações, como bálsamo que restaura vidas. Não se trata apenas de uma pretensão humana, mas decidir-se a amar com o amor do próprio Deus. E este amor é eterno, posto à nossa disposição como graça.
Você verá que a cura que se realiza em seu interior “contagia” também sua família e outras tantas pessoas. E o mundo fica melhor!

Quaresma de caridade

Participar da coleta da Campanha da Fraternidade em sua paróquia.

:: Saiba com fazer o Retiro Popular

Extraído do livro “Crê no Senhor Jesus e serás salvo” (Retiro Popular 2007) de Dom Alberto Taveira Corrêa