Quando criança, muitas vezes, ouvi: Não faça isso, porque Deus castiga! Não faça aquilo, porque Deus castiga! Penso que sem querer e sem ter consciência, muitas vezes, nossos pais falaram assim conosco. Lembro-me de que sentia um certo medo de Deus, medo que se manifestava até da seguinte maneira: Quando via o padre da minha terra, passava correndo perto dele e gritava: “A sua bênção, padre!”
Algumas vezes, o medo era tanto que sonhava que estava sendo ‘punido’ por Deus por ter feito alguma arte durante o dia. Gostava de Deus, mas, só de pensar em ser castigado por Ele sentia arrepios. Fui crescendo e esta imagem negativa de Deus foi me acompanhando. Pensava que o Senhor castigava os maus e premiava os bons. Era assim que eu O via, pois, esta era a imagem que me tinham dado d’Ele. Somente aos poucos quando conheci a devoção à Divina Misericórdia é que esta imagem foi desaparecendo pouco a pouco do meu coração.
Algumas palavras de Jesus como estas: “Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate” (Diário de Santa Faustina, número 699) E “Quanto maior o pecador, tanto maiores direitos tem à Minha Misericórdia” (ibidem. número 723) “Que a alma fraca, pecadora, não tenha medo de se aproximar de Mim, pois, mesmo que os seus pecados fossem mais numerosos que os grãos de areia da terra, ainda assim seriam submersos no abismo da Minha Misericórdia” (ib. nº 1059).
Lendo e rezando com estas e outras palavras de Jesus Misericordioso, o medo que sentia de Deus foi desaparecendo do meu coração e esse sentimento foi sendo substituído por uma confiança profunda e real em Jesus. Hoje, sinto Jesus meu amigo, vejo-O como Alguém que está perto de mim, que me ama e me quer feliz. Sou feliz por isso. Em mim se realizam as palavras de Jesus: “A alma que confiar na Minha Misericórdia é a mais feliz, porque Eu mesmo cuido dela” (ib. nº 1273).
E você? Perdeu o medo de Jesus?