A marca central e constante pregada por Jesus, presente em todas as páginas do Evangelho, é a misericórdia. Tirá-la dos ensinamentos do Senhor seria como tirar o combustível do automóvel.
Mas, o mundo não é misericordioso. O mundo é cruel!
Enquanto a misericórdia ensina a estender a mão ao fraco e ao pobre, a crueldade delicia-se com a miséria, os erros e os pecados de quem errou.
Por nada Jesus não teria dito: Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós ( Jo 15,18). O mundo guia-se pelo espírito de urubu: quanto maior a carniça, a sujeira, tanto maior a festa!
Mas, o cristão precisa ser diferente. Se perdermos a misericórdia e passarmos também à crueldade, o mundo nos terá vencido. Mas, diferentemente, se formos cada vez mais misericordiosos com os outros e com nossos próprios erros, venceremos.
Por maior que seja a carniça, um dia, ela acaba e, então, os corvos se dispersam. Mas onde há o amor e a misericórdia é exatamente o inverso: muitos vão se achegando. Até aqueles acostumados com a crueldade dar-se-ão conta de que a misericórdia cheira melhor. Ela pode até não aparecer tão bem “empacotada”, mas, que tem um conteúdo diferenciado, tem.
De que lado costumo, seguidamente, me posicionar: ao lado da crueldade do mundo ou da eterna e infinita misericórdia pregada por Jesus?
Não esperemos que o mundo se torne misericordioso. Não esperemos que os outros exerçam a misericórdia que nós podemos manifestar através de nossas palavras e gestos concretos.
Quanto mais nossa misericórdia se manifestar, tanto mais a crueldade do mundo vai diminuir!