Visitas de Deus

Deus segurou minha mão

Peço ao Senhor que nos desperte, hoje, para percebermos Seu jeito de nos visitar e dirigir nossas vidas

Há cenas que marcam a vida da gente para sempre. Algumas são boas, outras não; algumas são simples, outras fortes. Quer as percebamos ou não, o certo é que nossa história vai sendo construída a partir das “cenas nossas de cada dia”.

Aqui, destaco uma delas, a qual não pretendo esquecer jamais! Eu voltava para casa, depois de um dia “daqueles”, quando, por mais que tenha me esforçado, não dei conta de fazer tudo o que havia planejado. Então, voltei para casa meio incompleto, com vontade de esticar as horas e trabalhar noites adentro só para, no final, sentir-me vitoriosa. Já viveu algum dia assim?

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Foto: Nastco  by Getty Images

Quando eu já ia atravessar a avenida, veio em minha direção uma menina aparentando uns três anos de idade, com traços de criança da periferia. Do nada, ela estendeu a mãozinha em direção a minha e a segurou forte. Caminhava com uma senhora que devia ser sua mãe, não me pediu nem falou nada. Sinceramente, não sei o que a levou a ter aquela atitude. Foi uma cena rápida, quando pensei em falar algo, a criança já não estava ao meu alcance. Mesmo confusa, eu disse para minha colega: “É Deus falando comigo, pode crer!”.

Segui pensando naquela mãozinha tão pequena e delicada. Por que segurou a minha mão? Hoje, acredito que Deus me visitou naquela criança, como que a me dizer: “”Fique tranquila, o que você não pode fazer, eu faço por você””.

O certo é que voltei para casa em paz, confortada pela divina visita. Acredito que cenas assim acontecem todos os dias e nosso coração deve estar atento a elas.

A dureza dos muros, cada vez mais altos, as grades e as cercas de segurança, de certa forma até necessárias em nossos dias, não podem isolar também nosso coração, tornando-o insensível à ação de Deus. Geralmente, quem é insensível é solitário e vazio, portanto, triste. Talvez, seja por isso que nossa humanidade padeça, cada vez mais, de solidão.

A esperança contagiante, própria de um coração tocado por Deus, precisa atravessar os muros e a corrupção, para atingir a alma de cada ser humano. Somos agentes de um mundo novo!

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Van Thuan escreve em seu livro ‘Testemunhas da esperança’: “Em Cristo foi-nos dada a luz da verdade, a restauração da liberdade, e diante das forças do mal, uma nova capacidade de amar. Cristo veio ao encontro da miséria humana e implantou a filosofia do amor autêntico. Esse não é racional, não ergue barreiras nem levanta grades; não recorda as ofensas recebidas e não impõe condições. Cristo age sempre por amor e para Ele não existe fronteiras.”

Somos cristãos, e como tais não podemos agir de forma diferente. Acredito que quanto mais a humanidade conhecer esse amor e experimentar seus efeitos, tanto menos solitários teremos, e as grades já não terão o mesmo efeito do agora. É da que brota a esperança e a disposição para amar, por essa razão, sei que preciso viver de acordo com o que acredito. Cristo está vivo e tem me visitado. Ontem mesmo, Ele segurou minha mão.

Peço ao Senhor que nos desperte, hoje, para percebermos Seu jeito de nos visitar e dirigir nossas vidas. Fiquemos atentos às “mãozinhas” que virão até nós, pode ser um jeito de Deus expressar Sua presença.