Ironi Spuldaro

A penitência e a oração são fontes de conversão?

Como já acontecia com os profetas, o apelo de Jesus à oração e à penitência não visa primariamente às obras exteriores como as cinzas, os jejuns e as mortificações, e sim à conversão do coração.

Somos chamados a ter um coração compenetrante; e a penitência nos fortalece no combate contra os pecados que, muitas vezes, encontram morada naquilo que são as nossas fraquezas.

Devemos ter a necessidade da mudança interior, de realizar a penitência por amor a Deus e ficar atento a toda faísca de orgulho que possa estar em nós, assim venceremos todos os combates e insídias de satanás.

A penitência e a oração são fontes de conversão?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A penitência é o caminho de fortalecimento para seguirmos a Jesus

É preciso combater o orgulho, e a penitência tem a função de nos levar à humildade, pois é o que está no coração. O reconhecimento das próprias limitações e a pequenez fazem da penitência uma atitude que nos une a Deus e domina o eu.

O parágrafo 2015 do Catecismo da Igreja Católica nos ensina que o caminho da perfeição passa pela cruz, e não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual envolve a mortificação que nos leva gradualmente a viver a paz e a alegria das bem-aventuranças.

Um santo dos nossos tempos, São João Paulo II, no ano de 2000, ao elevar os dois pastorinhos de Fátima à glória dos altares, fez questão de realçar a generosidade com que ambos, a pedido de Nossa Senhora, se entregaram à penitência pelos pobres pecadores. Também fez questão de destacar que grande era o pequeno Francisco que deseja reparar as ofensas dos pecadores com sacrifícios de oração.

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Exemplo seguido pela própria irmã Jacinta, quando disse a Francisco, pouco antes de sua morte, que “dava muitas saudades minhas a Nosso Senhor e a Nossa Senhora“, e ainda diz que “sofro tudo o quanto eles quiserem para converter os pecadores”.

Renúncia

A penitência e renúncia nos afastam da vontade própria e abrem em nós a alegria e o entusiasmo para acolher a vontade de Deus. Não há nada mais importante na nossa vida do que fazer a vontade do Senhor.

Que Ele possa tocar na nossa alma, nos nossos impossíveis e nos conceda a graça da libertação pelo jejum e mortificação de tudo aquilo que tem tirado a sua paz. Quando a prova e a batalha chegar Deus é maior.

A Palavra de Deus nos mostra, em Tobias 12,1-15, o poder do jejum. Quero desafiar você, durante este ano de 2022, a jejuar um dia por semana, portanto, não pode ficar “a pão e água”. Durante um dia, faça o sacrifício de oferecer um líquido ou um alimento que goste muito como forma de penitência, e verá o quanto Deus vai agir.

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