São Paulo diz que foi como que crucificado com Cristo na cruz. Mas como a pessoa pode ter coragem de dizer isso? É a experiência do amor de Deus e a fé.
Muitos de nós já fizemos uma experiência do amor de Deus. O problema é que o batismo no Espírito Santo é algo muito bom, mas a experiência se evapora com o tempo. Isso quer dizer que tudo aquilo que é sentimento ou experiência humana é passageiro. Os sentimentos são efêmeros, não permanecem, mas a fé no amor de Deus deve permanecer para sempre. Eu preciso crer nisso: Ele me amou. É preciso fazer uma distinção entre sentir o amor de Deus e crer no amor d’Ele. No início, fazemos uma experiência, mas depois Deus nos tira a “mamadeira”. Ele quer que cresçamos espiritualmente. Começamos, então, a caminhar na fé sem sentir a presença do Senhor.
Fé, portanto, é acreditar naquilo que não se vê. Assim, nós temos de crer no amor de Deus. Sim, podemos ter experimentado o amor do Pai, mas quando a experiência humana for embora, poderemos duvidar dela. Por isso é preciso crer concretamente no amor de Deus.
Deus escolheu você
O Senhor poderia ter escolhido pessoas melhores do que nós, mas Ele não quis. Vou fazer uma comparação: imagine o Senhor entrando numa loja bem sofisticada, de vasos preciosos, olhando vaso por vaso: um vaso de ouro, com brilhantes, de porcelana, da China, outro de prata e marfim, de milhões de dólares. Ele, porém, não escolhe nenhum desses vasos. Ao contrário, atravessa a loja, desce até o porão, vai ao banheiro dos empregados e pega um penico, um penico velho, enferrujado, sujo, com moscas ao redor. Esse penico sou eu, é você.
Deus nos escolheu, Ele nos quis. O Senhor poderia ter escolhido coisa muito melhor! “Esse penico? E o vaso de marfim, o de ouro?” Ele diz: “Eu não amei nenhum desses vasos preciosos, eu amei você, eu o escolhi”. É a eleição de Deus. Ele nos escolheu e colocou um tesouro dentro desse “penico sujo”, o tesouro do Seu amor. Mas nós não aceitamos isso, porque queremos ser amados por nossos méritos. Só aceitamos ser amados se realmente valemos a pena. Parece humilhante sermos amados no meio das nossas misérias, mas Ele nos ama assim mesmo. Ele não espera a nossa conversão para nos amar.
Essa experiência de ser amado quando não merecemos é a verdadeira experiência do amor de Deus. Precisamos crer que Ele fez bem em nos querer, escolher. “Eu não teria me escolhido, mas eu preciso crer que fui a melhor escolha.”
Leia mais:
.: O homem é a alegria de Deus
.: Deus tem um projeto para você!
.: Qual o sonho de Deus pra mim?
.: Como compreender a vontade de Deus?
Somos amados por Deus
Às vezes, achamos que São Paulo era um grande pregador, mas não é isso o que ele diz de si mesmo. Na segunda carta aos Coríntios, Paulo diz que não sabe pregar. Nos Atos dos Apóstolos, um rapaz estava ouvindo sua pregação, cochilou, caiu da janela e morreu. São Paulo então rezou e ressuscitou o menino.
Paulo foi, sim, um grande pregador, porque pregava com a vida, com sua entrega, com seu desprendimento em viver a Palavra de Deus. Ele passou por flagelações, apedrejamentos, naufrágios, vários perigos, ficou dias em alto mar. O que levava esse homem a atravessar o mundo? O amor de Deus que o impulsionava.
Deus nos ama, e a experiência extraordinária de sermos amados por Ele é que nos permite darmos a nós mesmos de presente aos outros. Pare de andar nessa vida cobrando amor dos outros. Você não precisa do amor de ninguém, você já é amado. “Ah, mas eu não sinto!” Simplesmente creia! Quando somos seguros de que valemos a pena, sabemos que não seremos trocados por ninguém. Somos um presente, e saber disso muda completamente nossa vida familiar. Deixamos de ficar cobrando uns aos outros. Nossa vida familiar, às vezes, vira um inferno, porque ficamos recriminando uns aos outros, colocamos a culpa uns nos outros, porque não nos sentimos amados. O amor precisa ser crido e não sentido. Se não for assim, duvidamos até do amor da nossa mãe por nós.
É preciso crer no amor. Se você não crê no amor de Deus, também não vai crer na entrega d’Ele na cruz. Peçamos ao Senhor que venha confirmar a fé que temos no Seu amor. Precisamos repetir o ato de fé até que ele se torne um hábito.
Pense nas razões pelas quais você escolheria ser outra pessoa, viver outra vida e diga: “Senhor, eu creio, mas aumentai a minha fé. Senhor, olho para mim e não entendo por que vós me escolhestes. No entanto, Senhor, eu creio. Fizestes bem em me querer, em me escolher. Foi bom que me chamastes para caminhar nesta vida, na fé do Vosso amor. Não vejo, não sinto, mas eu creio nesse amor. É um ato de vontade unido à Vossa graça. Amém ao amor de Cristo que me alcançou no meio dos meus pecados, da minha miséria. Sei que me chamastes para uma vida ao Vosso lado no Céu. Eis-me aqui, Senhor!”.