Mais um ano se finda na excitação das grandes festas de Reveillon, nas quais nos preparamos para celebrar a chegada de mais 365 novos dias. Pessoas de todo o mundo, lembrando das dificuldades vividas durante todo o último, se enchem de esperanças para enfrentar um novo exército com 365 bravos guerreiros que não hesitarão em nos testar até a exaustão de cada dia.
Certamente, celebramos o primeiro dia do novo calendário na expectativa de um ano de paz e confraternização mundial. Queremos que os próximos dias sigam pelas veredas da paz e harmonia, entretanto, muitas pessoas ainda envolvidas por velhos hábitos não irão se importar em pular sete ondas, comer sementes de romã, ou em se vestir de branco acreditando que essas e muitas outras receitas populares poderão “atrair” boa sorte, afastar o mau-olhado ou trazer a felicidade acompanhada de muito dinheiro e saúde.
Como seria bom se ao puxar a última folha do velho calendário fosse para o cesto de lixo todas as nossas maldades, problemas e tristezas vividas. Como seria prazeroso se ao pular as ondas do mar, além de relembrarmos nossa infância na alegria do nosso primeiro passeio na praia, tivéssemos a certeza de estar saltando também todas os nossos problemas e tristezas, ou ainda, vestindo-se de branco, todas as nossas forças fossem revitalizadas… Contudo, nada disso acontecerá, se ao iniciar o Novo Ano não nascer em nosso coração o desejo de submetermos a Deus as rédeas de nossas vidas. Entregando-Lhe o nosso desejo e empenho de ser diferente, de responder a Seus desígnios conforme Sua vontade.
Toda a humanidade anseia por um mundo em que todas as nossas diferenças pessoais pudessem ser eliminadas, e que antes de conviver lobos e cordeiros, pudéssemos experimentar a convivência como irmãos. Entretanto, para a realização dessa verdade se faz necessário primeiro nascer o Novo Homem e essa receita já nos foi apresentada por Jesus em diálogo com Nicodemos um fariseu e doutor membro do Conselho Supremo. “Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus.” (Cf. João 3,1-21)
Mesmo que ainda tenhamos a vergonha ingênua de entregar a Deus nossa vida, aproveitemos para atualizar o mesmo encontro de Nicodemos com Jesus, na vigília em que todos esperam para o Novo Ano.
Aquele que deixa resplandecer sobre si a luz da face d´Aquele que tem o mundo em suas mãos, conhecerá o Seu caminho e todas as nações a Sua Salvação. (cf. Salmo 66,2)
Que a contagem regressiva dos 10 últimos segundos do ano marque o nosso lançamento nos braços do Deus que é um Pai apaixonado, buscando viver no Réveillon uma espiritualidade verdadeira que, de fato, faça-nos novas pessoas.
Feliz Ano Novo!