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4º Domingo | A fé de São José e a proximidade do Natal

O Quarto Domingo do Advento marca o ápice da nossa preparação, posicionando-nos às portas da celebração do Natal do Senhor. Neste último trecho do itinerário, a liturgia da Igreja nos convida a fixar o olhar na Casa de Nazaré, um modelo de fé, obediência e docilidade aos planos de Deus. A figura central que emerge neste domingo, conforme o Evangelho de São Mateus, é a de São José, o homem justo que, com seu “sim” silencioso, protegeu os tesouros mais preciosos da humanidade: Maria e o Menino Jesus.

O Emanuel: Deus conosco em nossas dificuldades

A reflexão do Advento, especialmente neste quarto domingo, ressoa a promessa do Emanuel, que significa “Deus Conosco”. O áudio transcrito enfatiza que a vinda de Cristo não é apenas um evento histórico, mas uma realidade que se manifesta em meio às nossas dificuldades e labutas.
“No meio de todas as nossas dificuldades, das nossas labutas, todos nós temos dores, todos nós passamos por crises, todos nós temos dificuldades, todos nós temos oscilações, mas no meio de todas essas dificuldades Deus se manifesta, Ele não falta, Deus se manifesta e visita-nos de forma clara e concreta.”
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Esta promessa, tirada da profecia de Isaías, serve como um farol de esperança. Ela nos lembra que, mesmo quando a vida parece difícil, a iniciativa da salvação é sempre de Deus. Ele não prometeu uma vida sem aflições, mas garantiu a vitória sobre o mundo, como disse Jesus: “Coragem, pois eu venci o mundo.”

São José: O modelo de Fé, Justiça e Obediência

O Evangelho de Mateus (Mt 1, 18-24) lança luz sobre a fé madura de São José. Diante da misteriosa maternidade de Maria, ele, sendo um homem justo, decide desposá-la secretamente para não a expor. No entanto, um anjo lhe aparece em sonho, assegurando que a concepção era obra do Espírito Santo. O “sim” de José é um ato de profunda confiança e obediência. Diferente de Maria, que dialogou com o anjo, José recebe a mensagem em sonho e age imediatamente. Ele não compreende totalmente, mas confia que os planos de Deus são sempre bons, perfeitos e agradáveis. São José é o servo fiel e prudente escolhido para ser o cooperador fidelíssimo do grande desígnio de salvação. Ele é a “sombra” de Jesus e Maria, aquele que padeceu para guardar os tesouros de Deus.

A missão e a divina providência

A reflexão se aprofunda na ideia de que todo homem foi criado por Deus para uma missão, conforme ensina São Tomás de Aquino. E, na sua divina providência, Deus é capaz de dar os meios necessários para o cumprimento dessa missão. O exemplo de José, que recebeu a missão de guardar a Virgem Maria e o Filho de Deus, é a prova de que Deus capacita aqueles que escolhe. A mensagem é um encorajamento para todos, especialmente para os homens que se sentem desafiados em sua missão de proteger e educar suas famílias.
“Não tenha medo de recorrer a São José.”
O texto de São Bernardo de Claraval, citado na reflexão, exalta José como descendente de Davi, a quem Deus confiou o “secretíssimo e santíssimo desígnio de seu coração”. José não apenas viu e ouviu o Salvador, mas O levou nos braços, conduziu-O pela mão, abraçou-O, beijou-O, nutriu-O e guardou-O. Que mistério!

Preparação final para o natal

O Quarto Domingo do Advento é, portanto, um convite final à fidelidade e ao propósito. A preparação para o Natal deve culminar não apenas na ceia e na reunião familiar, mas, sobretudo, na participação na Missa de Natal, o ponto central da celebração. Que a humildade, a dedicação e a docilidade de São José inspirem nossos corações a acolher o Salvador que está para nascer, permitindo que o amor de Deus nos visite e transforme o plano salvífico em nossa própria humanidade.