No nosso dia-a-dia, provocado pelos nossos inúmeros afazeres, preocupações e tensões, é muito fácil a gente se esquecer do essencial: a ternura entre esposos e entre pais e filhos.
O desejo de ser tocado e acariciado com ternura é uma necessidade primária ao ser humano. Até mesmo os recém-nascidos querem isso e seu desenvolvimento é prejudicado se o contato físico lhes for negado.
O casamento oferece todas as condições para se experimentar a intimidade emocional e física desejada. Mas, na vida real, muitas vezes ocorre algo diferente: a separação dentro do casamento é uma realidade muito freqüente. O que estaria faltando a estes casais, impedindo-lhes de serem felizes? Sem dúvida alguma, uma das principais causas é a falta de ternura em seu relacionamento diário.
Apresentamos aqui três maneiras para se preservar ou para recuperar a felicidade no relacionamento conjugal e familiar:
O poder do toque
O tédio e a frieza emocional podem aparecer ao passar do tempo num relacionamento. Assuntos profissionais e afazeres diários passam a ocupar o lugar principal nas pessoas. Se isto estiver ocorrendo, o primeiro sinal de aviso é um descontentamento latente ou uma vaga decepção, que é projetada sobre o cônjuge ou sobre os filhos.
Isso, inclusive pode afetar a vida sexual do casal. Portanto, se o casal e a família não quiserem cair na indiferença e no tédio, devem traçar um rumo novo para a ternura. Essa mudança de linha nem sempre é fácil, mas é possível, mesmo em casamentos embotados e em que há muitas brigas, ou em lares frios de comunicação.
Aos casais é possível voltar aos velhos tempos de namoro, época em que, segundo estatísticas, os cônjuges se tocam, em média, 38 vezes por dia. Pensem e reflitam nisso: quantas vezes ocorrem o toque físico em nosso relacionamento de cônjuges e de pais? O relacionamento de vocês não estaria envelhecendo?
Uma sugestão aos casais: fazer massagem um no outro, abraçar-se regularmente, aninhar-se para assistir TV juntos, dar uma caminhada de mãos dadas, aconchegar-se de manhã ao acordar… Tudo isso faz com que se conserve a intimidade de um modo muito simples e gostoso.
Uma sugestão aos pais: abraçar e beijar os filhos, acariciá-los, brincar com eles…
O espaço de cada um
O equilíbrio saudável entre proximidade e distância é um importante fator de felicidade, pois separações são estimulantes para os momentos de convívio e de intimidade. Estas separações podem ser de natureza física ou de autonomia de interesses e de ocupações.
Muitos acreditam e receiam de que irão se distanciar se isso e quando isso ocorre. No entanto, o oposto tende a ser verdade, pois a permanente proximidade e dependência mútua são causa de desgaste no relacionamento.
A arte do diálogo
Há uma diferença marcante entre os casais e entre pais e filhos realizados e os descontentes: os casais e as famílias felizes mantém o diálogo como sinal de respeito e de afeto. Não falar, calar-se, é um dos maiores perigos no relacionamento. Por outro lado, o diálogo franco é um dos maiores promotores do amor e do bom relacionamento.
O que significa dialogar? Diálogo é aquela comunicação que vai um passo além da conversa normal sobre assuntos corriqueiros. Os casais novos revelam muito de si, falam de seus sentimentos e permitem que o outro partilhe destes pensamentos. Isso é diálogo.
Entre outras técnicas de diálogo, sugere-se que, ao menos uma vez por semana, os casais saiam sozinhos para fazer um programa como nos tempos de namoro e falar livremente. O mesmo é válido em relação aos filhos. Neste diálogo é importante ouvir e não apenas falar, não acusar mas trocar opiniões.
Sobre o que conversar? Sobre si mesmos, sobre o relacionamento que mantêm, sobre os valores em que acreditam, sobre suas emoções, sobre seus desejos… Recomeçar a dialogar pode não ser fácil, mas vale a pena tentar.
Recuperar o poder da ternura entre casais e entre pais e filhos é a nossa proposta. Deixamos o nosso desafio a cada um de vocês: experimente e você verá que vale a pena. São apenas três regras básicas: o poder do toque, o respeito ao espaço do outro e a arte de dialogar. Vamos tentar?
Fonte: A g n u s D e i