A palavra ‘Símbolo’ vem do grego Symbolon, que significa: prova de reconhecimento entre duas pessoas, formada por um objeto (caco de argila, moeda) cortado em dois, cada um detendo uma metade, e que servirá de sinal de ligação por ocasião do reencontro ou da identificação por um meio indireto. O símbolo hermético reúne, portanto, dois ‘fragmentos de alma’ que já constituíram parte do mesmo todo. É o caminho do visível para o invisível.
Quatro são os principais símbolos associados a Maria Madalena: O Jarro, O Crânio, o Livro e o Ovo Vermelho.
O Jarro
Este símbolo dispensa maiores comentários do porque estar associado à Maria Madalena, já que ela foi associada à várias passagens da bíblia sobre mulheres que ungiram o corpo do Senhor, com um liquido que estava em um jarro. Além disso, o Jarro nos lembra o cálice sagrado, também era representado por uma cornucópia, que dispensava alimento espiritual à todos o que o tocassem.
O Crânio
De conotação mais hermética, o crânio pode estar ligado a diversas interpretações. A mais comum delas é a de que é um símbolo de penitência, pois nos mostra o quanto a vida é efêmera diante da certeza da morte, e do quanto é necessária a penitência como forma de se purificar para a vida eterna.
O crânio também está associado à ressurreição por ser um símbolo da morte física. É o arquétipo da renovação espiritual, do abandono da vida anterior ligada ao mundo da matéria, da renovação da natureza. Como ela foi testemunha da ressurreição do Cristo, foi associado à ela este símbolo.
Outra associação possível é com o nome do lugar onde o Cristo foi crucificado: o Gólgota, ou ‘lugar das caveiras’. De acordo com o tradição mística cristã, Cristo foi crucificado no mesmo lugar onde o corpo de Adão havia sido enterrado. Quando o sangue de Cristo foi derramado, ele penetrou no solo sagrado e purificou o Adão original, abrindo caminho para sua absolvição e reintegração. Ali, no centro anímico da Terra, o fogo renovou a natureza, e por ser uma das testemunhas da Sua crucificação, Maria Madalena, assim como a Virgem Maria, são associadas ao símbolo.
O Livro
Maria Madalena também é muitas vezes representada juntamente a um livro aberto, sobre o qual ela medita sobre os conhecimentos deixados pelo Mestre. O Livro é a Gnose, é o Novo Testamento, ou Aliança deixada pelo Cristo aos seus discípulos. Como principal discípula de Jesus, Madalena continua como a portadora do Conhecimento que abre o espírito ao Espírito Divino. Ela decifra o verdadeiro conteúdo e simbologia das escrituras, buscando o sentido interior da palavra escrita. Pode ser também a representação do fato de que, à Maria Madalena, foi associado o quarto evangelho, senão como sua escritora, mas como sua inspiradora, pois é o evangelho que mais fala do amor e do espírito. Além disso, há o fato de que o quarto evangelho foi atribuído ao ‘discípulo mais amado’ do Cristo, epíteto este utilizado pelas comunidades cristãs primitivas mais à Maria Madalena do que à João. Outro detalhe é que, em sua cruz, Jesus pede ao ‘discípulo mais amado’ que cuide e vele por sua mãe, Maria. Como sabemos pela descrição da cena pelo próprio autor do quarto evangelho, ao redor da Cruz só estavam as três mulheres, e entre elas Madalena. Isto poderia representar que era a ela que Cristo se dirigia, e não a nenhum outro discípulo.
O Ovo Vermelho
Diz a tradição que, após partir para a Europa, Maria Madalena conseguiu uma audiência em Roma com o imperador Tibério César, por ser considerada uma patrícia romana (assim como Paulo). Sua intenção era denunciar o crime cometido pela negligência de Pilatos, e para isso contou-lhe a vida do Cristo, Sua morte e Ressurreição. Ao terminar seu relato, ela pegou sobre a mesa de jantar um ovo branco para ilustrar seu ponto de vista sobre a ressurreição. Ao ver isso, César replicou que era mais fácil um ovo branco se tornar vermelho do que existir alguém que retornou dos mortos. No mesmo instante, o ovo nas mãos de Maria se tornou vermelho como sangue.
Fonte: sca