Por muito tempo caminhei pela sensibilidade em minha vida de oração! Julgava eu, em minha imaturidade espiritual, que precisava sentir para crer. Aos poucos fui percebendo que Deus invertia esta ordem dentro de mim e a colocava da seguinte forma: “Era preciso crer mesmo sem sentir, crer mesmo sem ver!”. O interessante foi perceber também, que Deus não me deixou só na sensibilidade desta descoberta, mais me inseriu na prática da mesma! Esta descoberta se tornou concreta, se tornou vida e, em muitas situações ao longo da minha vida, me encontrei assim: E agora, Senhor? O que fazer? Para onde ir? Não vejo saída para esta situação! E, quando tudo humanamente parecia não ter mais solução, quando se tinham esgotado todas as possibilidades de resolução, Deus se manifestava e agia poderosamente naquela situação. Deus é um pedagogo maravilhoso! Ele faz a parte Dele quando vê que fizemos a nossa!
Deus quer formar seus filhos na fé, pois a fé permanece enquanto a sensibilidade passa. Já conversei com muitas pessoas com dificuldades na caminhada, prestes a desistir de tudo e o impressionante é que o diagnóstico é sempre o mesmo: Alta dependência da sensibilidade. Elas sempre dizem: “Não rezo porque não sinto; não sinto, por isso não rezo!” esta é uma doença muito séria para aqueles que querem perseverar nos caminhos do Senhor, pois os caminhos do Senhor são de fé e não de sensibilidade.
É bem verdade que Deus permite que alguns O experimentem pela sensibilidade. Alguns santos relatam em suas biografias as suas experiências de aridez espiritual, de deserto, de noite escura. Santa Teresa de Jesus, Santa Rita de Cássia, São João da Cruz… estes, entre muitos outros, foram santos que passaram por longos períodos onde só a fé os sustentava. Você entendeu por que precisamos estar adestrados na fé? É a fé que nos sustenta e não a sensibilidade. Imagine você, se esses santos desanimassem com as primeiras dificuldades que aparecessem, imagine você se eles se deixassem levar pela sensibilidade que estes sentimentos causavam em suas vidas, provavelmente nós não os teríamos hoje em nossa Igreja.
Quem quer viver uma fé de sensibilidade não cresce, não amadurece espiritualmente. Quem quer viver a fé do sentir não cria fundamentos que o sustente, fica fragilizado e vulnerável diante de qualquer adversidade que venha em sua vida. Por menor que sejam essas adversidades elas já são suficientes para tirar a sua paz e o levar ao desânimo. Saiba meu irmão, se, hoje, você está vivendo assim, não sente nada, acha que não tem nada para dar, eu digo a você: dê a Deus a sua vontade, pois a sua vontade já a sua oração. O Salmo 49 diz: “Honra-me quem oferece um sacrifício de louvor” (SI 49,23). Rezar quando não se tem vontade é uma das mais belas orações. É oferecer a Deus um sacrifício de louvor. Deus, hoje, está nos ensinando uma receita de ouro para darmos uma grande guinada em nossa vida de oração e em nossa espiritualidade: andar pelos caminhos da fé. Que Deus abençoe você!