Quem não participa da decisão, não participa da e

Em Puebla, os bispos da América Latina sugeriram o seguinte lema para toda a Igreja da América Latina: “Comunhão e participação”. Todos os fiéis batizados foram chamados a fazer comunhão e a participar como membros ativos na construção da Igreja viva. Levar o outro a participar pode ser semelhante a ensinar uma criança a andar. Auxiliei alguns dos meus irmãos a aprender a andar. O teste final era o de dar sete voltas ao redor da casa (60 m cada uma), segurando nas mãos da criança e ela andando. Depois de cumprir essa maratona ela era declarada em condições de poder andar com suas próprias pernas. Mas até chegar nesse grau, quantas quedas ela levou e quantas tentativas teve que realizar para se manter de pé.

Levar uma pessoa a participar e ser agente ativa de uma pastoral, de um movimento, associação ou celebração pode ser um processo que exige muita paciência, pois normalmente este é lento e demorado. Facilmente somos tentados a fazer nós mesmos, em vez de levar o outro a participar. Parece-nos mais rápido e prático pescar e dar o peixe do que “perder tempo” em ensinar o outro a pescar. Depois que a criança passa a andar com seus próprios pés, poucas vezes será necessário carregá-la no colo. Com o passar do tempo, ela vai necessitar disso cada vez menos.

Assim também ocorre nos trabalhos pastorais. Quando alguém acredita, confia e investe no outro, com o passar do tempo ele tende a deslanchar e a ser mais um que se soma nos serviços. Se carregássemos a criança no colo ou no carrinho a vida toda, ela jamais andaria. Da mesma forma, se nós decidimos tudo sozinhos, sem incluir a participação dos demais nas decisões, podemos correr o risco de, na hora de executá-las, também estar sozinhos. Quem decide tudo sozinho, também sozinho pode se achar na hora de realizar as tarefas. O que sozinho decidiu, sozinho terá de executá-las. Ao passo que quem se esforça para levar ao máximo a participação dos outros na hora da decisão poderá se surpreender na hora da execução: aparecerão muitos colaboradores.

Você quer colaboradores que o ajudem em seus trabalhos em casa, no serviço profissional, na igreja ou em qualquer outro lugar? Não poupe tempo de conquistar a simpatia e estimular participação dos demais. Isso pode levar tempo. Não vamos querer ver que uma criança de quatro meses ande com seus próprios pés! Um dia ela andará.

Guarde esta frase que poderá lhe ser útil a vida toda: Quem participa da decisão, tem maior chance de se dispor a ajudar na execução do trabalho que lhe é proposto.

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