A atração que uma pessoa pode sentir por outra é uma experiência por vezes maravilhosa e embriagante. Descobrimos ao mesmo tempo a ternura, a emoção do coração e do corpo quando vemos o outro, no contato com o outro. Este prazer experimentado pela proximidade de alguém, dá o desejo de o viver ainda mais intensamente, de ir mais longe na relação.
Ora, dar-se as mãos, beijar-se, tocar-se já é bastante. Todos estes gestos de ternura, de amor nos comprometem um com o outro. Nenhum é inofensivo, quaisquer que sejam os sentimentos que se vivam. Eis porque é importante dar tempo para se perguntar se os gestos que fazemos têm o mesmo significado para cada um de nós dois. É por amor, por simples prazer, por necessidade de ternura? Estas atitudes não nos comprometem mais do que aquilo que pensamos? Se vivemos todos os gestos do amor e nos damos um ao outro, será que ainda podemos discernir verdadeiramente com clareza quais são os nossos sentimentos?
Para viver da melhor forma esta relação de ternura diferente da que é vivida no casamento, pois o dom total do corpo se fará num compromisso definitivo, estejamos atentos às reações e à sensibilidade do outro. É o momento de aprender o domínio de si mesmo. Podemos ser tentados, sobretudo se já nos conhecemos há muito tempo, a ter gestos mais íntimos: perguntemo-nos se o que nos guia é exprimir a nossa ternura, ou o desejo pelo outro.
Se estamos verdadeiramente atraídos um pelo outro, não será o momento de nos colocarmos a questão do casamento? Quantos casamentos que acabaram mal, não teriam sequer acontecido se o homem e a mulher tivessem tido tempo para se conhecerem um ao outro em toda a liberdade.
Numa sociedade em que os slongans publicitários repetem sem cessar as palavras ‘instantâneo. imediatamente’, e em que queremos ter ‘tudo e já‘, vejam bem que é preciso tempo para edificar a relação interpessoal de marido e mulher e que o teste do amor é o compromisso duradouro.