O homem é um ser religioso. Quase toda a humanidade ostenta a fé em uma divindade com suas manifestações culturais e litúrgicas.
Os meios de comunicação de massa tiveram um grande desenvolvimento com a Revolução Industrial quando as massas urbanas começaram a surgir. Era necessário a utilização de meios compatíveis para a integração dessa massa.
E hoje os meios de comunicação tomaram conta, se transformaram em grandes empresas de entretenimento e informação. Cativaram a massa e por isso acabaram por se tornar grandes formadores de opinião, ou até mesmo grandes manipuladores de opinião.
Essa variedade de pessoas, vindas de vários lugares, fez com que as cidades se tornassem o encontro de diferentes formas de manifestações religiosas. E não faltam os “espertinhos” que, preocupados com seus bolsos, transformam a religião em um comércio.
Os meios de comunicação não ficam de fora desta deturpação e, infelizmente, suas preocupações estão além do financeiro. Em doses terapêuticas, filosofias de vida e valores espirituais deturpados são injetados na consciência de milhões de pessoas. O credo não tem tanta importância, o que vale são os benefícios que essas “igrejas” proporcionam. A instituição é deixada de lado. Carro, casa e saúde compram a eficácia da fé divulgada no programa. Em outros casos, procura-se atrair fiéis pelos espetáculos produzidos pelas curas, sinais e aparições fantasiosas.
Infelizmente, poucos se dão conta de que quase todas as novelas exploram a reencarnação como um dogma real, como um valor comum da sociedade. O mesmo acontece com os desenhos animados que repetem um catecismo de auto-ajuda, auto-energização e panteísmo*, defendidos pela New Age*.
Desrespeita-se os valores religiosos individuais de cada pessoa. Num país de maioria cristã, o que mais marca são os estereótipos na mídia. O religioso católico tem um perfil predeterminado fé excessiva, devoção aos santos, beatice… Da mesma forma, enxerga-se o evangélico como um fanático pobre e explorado por seu pastor. Construídas para facilitar a comunicação, estas “caricaturas” influenciam diretamente o conceito individual das pessoas. Exemplo disso foi a característica de terroristas que a mídia deu a todos os muçulmanos após os atentados de 11 de setembro.
O que preocupa, neste caso, é a imposição, a mensagem subliminar e a sutileza da divulgação. O resultado é o proselitismo* oculto pela inexistência de, sequer, um “com licença“. De modo “flagrante e velado“, os limites individuais são ultrapassados em detrimento do direito de livre-escolha.
Na mídia, a superstição é bem-vinda. Dos esportes, à culinária, as “simpatias” fazem sucesso, seja para obter uma vitória no próximo jogo ou curar certa enfermidade. Dos jornais à televisão, os astrólogos tornaram-se uma das principais atrações para as massas desprovidas de direção.
Filosofia e religiões orientais tornaram-se moda. Meditação transcendental, ioga e acupuntura tornaram-se práticas conhecidas. Estão embutidos os apelos de autoridade e do “ser chique“, encarnados pelos artistas que adotaram estas práticas, como a cantora americana Madona que hoje é uma das maiores propagadoras da cabala.
Estereótipos*, ocultismo e valores religiosos deturpados demonstram realidades escamoteadas* as grandes redes de comunicação. Como os demais itens da indústria cultural, cabe ao público (a nós!) consumi-los, ou melhor, absorvê-los. O futuro revelará as conseqüências… E você, vai nessa?
Comunidade Canção Nova
Autor do livro “Deus me ama como sou”
Fonte: Novo Aurélio – (Editora Nova Fronteira)
*Panteísmo (Doutrina, segundo a qual só o mundo é real, sendo Deus a soma de tudo quanto existe)
*New Age (Nova Era)
*Proselitismo (Indivíduo que abraçou religião diferente da sua; Indivíduo convertido a uma doutrina, idéia ou sistema, sectário, adepto, partidário)
*Estereótipo (Tornar-se fixo, conseguir popuralizar-se)
*Escamotear (Fazer desaparecer sem que se perceba, encobrir com subterfúgios)