Caríssimos irmãos e irmãs,
‘Agora escuta, Jacó meu servo, Israel a quem eu escolhi. Eis o que diz o Senhor que te criou, que te formou desde o seio materno e te socorreu: Nada temas, Jacó, meu servo, meu Israel a quem escolhi! Porque derramarei água sobre o solo sequioso, fá-la-ei correr sobre a Terra árida, derramarei meu espírito sobre tua posteridade, e minha bênçãos sobre teus rebentos! (Is 44, 1-3).
Deus, amoroso e misericordioso que é, tem impulsionado abundantemente a graça pentecostal que se expressa através do Movimento da Renovação Carismática, levantando, aqui e ali, à revelia das dificuldades, um povo sensível à presença de Seu Espírito, e aberto às suas manifestações. Não podemos reclamar da escassez de vocações à graça desta renovação espiritual.
Sabemos, porém, que todo crescimento importa dificuldades também ampliadas, gerando sempre reinvidicações e necessidades que precisam ser atendidas para que a colheita seja eficaz, e os frutos, duradouros. A água em abundância é uma benção: restaura e abastece os reservatórios potáveis, irriga e fertiliza as plantações, limpa os ambientes e proporciona melhores condições de saúde, viabiliza meios alternativos de transportes, torna piscoso rios e mares, e gera energia. Gera vida…
Desordenada, porém, e sem o adequado e necessário controle e direcionamento, a água em abundância pode ser um desastre: arrasa plantações, inunda campos e cidades, destrói estradas e instalações essenciais, polui reservatórios, propicia o ressurgimento de muitas ‘doenças urbanas’, afeta as comunicações, danifica moradias e desabriga pessoas, emperra transportes. Gera, assim, morte e destruição…
Se Deus se tem manifestado abundantemente em nosso meio, sem dúvida é para fortalecer-nos na fé frente à visível cultura de morte, de desesperança, de pessimismo, de troca equivocada de valores, de relativismo moral e ético, de perda da visão espiritual com que os que crêem estão sendo assolados por toda parte.
Urge, pois, não desperdiçar em projetos desarticulados a Água da Vida com que temos sido agraciados, e nem permitir que, por ingenuidade, falta de comunhão e de direção, sejamos levados de roldão no torvelinho dos acontecimentos; e que, em meio à abundância do Dom com que Deus se dá a nós, ‘abandonemos a Ele, fonte de água viva, para cavar cisternas, cisternas fendidas que não retém a água.'(Jr 2,13).
O momento é de atenção. Atenção que exige responsabilidade daqueles que, privilegiadamente, tem sido agraciados, pela Igreja, e na Igreja, com o dom do Espírito, que se manifesta, aqui e agora, de ‘forma tão prodigiosa como nunca se viu outrora‘ (Santo Agostinho).
A articulação, o direcionamento e a comunhão só podem se efetivar a partir daquilo que nós, enquanto Movimento, temos de comum como espaço de experiência e expressão do poder do Espírito: o Grupo de Oração. É nos Grupos que temos tido a oportunidade de realizar nossa pertença eclesial e inserção na vida comunitária; é neles que temos sido levados a assumir a Jesus como Senhor de nossas vidas (I Cor 2,3) e a reconhecer a Deus como Pai (Gl 4,6). É nos Grupos de Oração, pois, que poderemos demonstrar a Deus fidelidade à graça da vocação com que Ele nos convocou e nos constituiu como um povo para o louvor de sua glória, na unção de seu Espírito.
O Conselho Nacional quer urgentemente partilhar com todos os coordenadores de G.O. os direcionamentos que o Senhor nos tem revelado. Precisamos sem demora organizar o Cadastro de nossos G.Os. para encaminhar esses direcionamentos e a adequada e específica formação e capacitação para os seus núcleos, bem como canalizar os trabalhos das Secretarias da Ofensiva a favor, primordialmente, do crescimento dos Grupos. É preciso que cada G.O. tenha em mãos o Boletim ‘Reavivando a Chama’ – que doravante virá como encarte da Revista Renovação -, e que será o fio condutor de tudo aquilo que poderá contribuir para o reavivamento deles.
Quem somos? Quantos somos? Onde estamos? Como estamos? Só o levantamento cadastral poderá nos fornecer uma visão adequada a respeito dessa realidade, sem o que fica impossível qualquer tentativa séria de planejamento. ‘Vento algum ajuda quem não sabe para onde velejar’, diz o ditado. Apelamos, pois, para os senhores Coordenadores (estaduais, diocesanos, de Grupo e das Secretarias da Ofensiva), para que nos ajudem com urgência nesta etapa da organização. (vide a escassez de informações do Relatório anexo, apesar de nossos pedidos desde o Congresso Nacional).
Agradecemos os que já fizeram sua parte. Pedimos que continuem a nos ajudar. E quem não o fez ainda, que o faça o mais breve possível, para que atendamos ao apelo do Senhor enquanto Ele nos é propício. E para que amanhã não nos pese a Sua palavra, que diz: ‘Convertei-vos às minhas admoestações, espalharei sobre vós o meu espírito, ensinar-vos-ei minhas palavras.Uma vez que recusastes o meu chamado e ninguém prestou atenção quando estendi a mão, uma vez que negligenciastes todos os meus conselhos e não destes ouvidos às minhas admoestações, também eu me rirei do vosso infortúnio e zombarei, quando vos sobrevier um terror, quando vier um furacão, quando abater-se sobre vós a calamidade, como a tempestade, e quando caírem sobre vós a tribulação e a angústia. Então me chamarão, mas não responderei, procurar-me-ão, mas não atenderei’ (Pv 1, 23-28).
Que a disponibilidade de Maria nos inspire e nos encoraje a sermos fiéis à vontade de Deus, sempre! E que Ele nos faça permanecer firmes em seu amor, a fim de que nunca nos separemos uns dos outros.
Em espírito de serviço,
Reinaldo Beserra dos Reis
Presidente do Conselho nacional da RCC – BR