O repórter não sabe de tudo

O repórter não sabe de tudo, mas busca a informação. É muito difícil afirmar e conceituar, pois esse aprendizado implica no crescimento direto de uma pessoa, em palavras que nem sempre contemplam a real dimensão do saber adquirido pelo exercício do pensamento.

O que o repórter, no dia-a-dia, exercita toda a forma de se interpretar o mundo em suas diversas situações e sob suas perspectivas em cada momento subjetivo e coletivo. Também sobre os objetos de interesse público, sem a preocupação de apropriação da verdade, mas, de identificá-la na realidade que conhecemos, buscando suas raízes mesmo que isso signifique radicalizá-la, para nos aproximarmos de um de seus sentidos.

Assim, no aparente caos da informação, o repórter tem conseguido plantar em nosso universo particular, a estabilização necessária para conceitos anteriores, propondo uma reestruturação do pensamento. De forma que, ao nos indagarmos, o quanto tudo é verdadeiro ou falso, possamos ao mesmo tempo entender o que nos impele para frente, pela curiosidade em movimento; colocando a evolução de nossos passos nos moldes das conquistas alcançadas pelo conhecimento desvelado.

De certa forma, ele resgata do âmago de nossas pobres almas a consciência dos fatos de uma forma nunca antes pensada por nós. Fazer uma pergunta bem feita, oferece a oportunidade de aproximação da verdade, e essa elaboração é base de um processo mental que surge da necessidade de saciar uma sede de conhecimento a ser adquirido. Porém, saber ouvir uma resposta exige ainda mais , é a confirmação do embate de mundos pré-estabelecidos vindos de realidades diferentes, pessoas buscando uma troca de informações.

O repórter faz uma reflexão sistemática, que se transforma aos poucos em senso comum na vida, que fragmentado em suas diversa esferas, tendo por base a formação de cada um, tenta se adaptar a particularidades ressaltando o cotidiano nos comentários para melhor assimilação daqueles que se afinam com a matéria. Afinal, tudo o que fazemos vem da capacidade racional pela aplicação, avaliação e classificação de valores.

Dizer o que se pensa, compreende o poder de antes entender o que somos, situar nosso conhecimento sobre a realidade que vivemos, observar aqueles a quem nos dirigimos e pronunciar cautelosamente o que descobrimos. No fundo, não são conhecimentos misteriosos, mas de domínio universal. São frutos da reflexão, que aos poucos, tornam-se, pela sua própria natureza, informação.

A filosofia de cada um obedece regras para que haja comunicação entre as partes e assim, somente assim, os homens possam desvendar seus caminhos, pela conclusão de que não sofrem sozinhas a angústia da espera, ou a loucura dos conceitos, a desestrutura das verdades interiores, a solidão dos pensamentos, a realidade lógica a que estão presos, a falta de valores dos incapacitados .

Daí a importância do pensamento, pois se nos exercitarmos na busca do saber e na compreensão, chegaremos até nós mesmos como realidade suprema porque existimos. Causa primeira para começarmos o que pretendemos, fim último porque em nós tudo se acaba sem terminar, pois cremos no infinito que ainda não conhecemos.