Deus existe e é cantor. Foi Ele quem fez os sons do Universo, a dança e a canção dos astros; a dança e a canção do vento que sopra no trigal e que balança as copas de todas as árvores. Ele fez a música que sai do bico e da garganta dos pássaros; fez a cantilena do riacho, o murmurar das ondas. Ensinou o cricrilar do grilo e o zumbido das abelhas. Toda a música que há no Universo nasceu do Criador, e todo choro e riso de bebê, toda canção e grito de jovem e toda a cantilena romântica dos anciãos e dos adultos nasceu do Criador.
Por isso, Deus faz canção, fez canção e pôs em cada criatura um som característico e de tal maneira que, às vezes, apenas o som é que distingue uma da outra. Foi Ele também que deu cultura às línguas e foi educando todos os povos para que, através de sua fala, dos seus diálogos, das suas canções, do seu jeito de falar, das suas entonações, crie as suas peculiaridades e firme o seu conceito de nação.
Por isso, todas as vezes que cantarmos lembremo-nos de Deus que ensinou a importância da música na trajetória do ser humano. Deus canta e faz cantar. Se você nunca prestou atenção nas suas composições faça isso. Sente-se à beira de um riacho, curta o silêncio de uma praia deserta, mergulhe numa floresta e escute os sons que Deus criou. Em pouco tempo vai entender um pouco mais sobre a vida.
A canção da vida é uma catequese aberta. É certo que há caminhantes que não aprendem nada, mas o certo é que os caminhos ensinam. Assim, as canções. É certo que há cantores que jamais aprendem, mas o certo é que todas as canções ensinam. Cuidado para não cair no erro dos que ouvem sem ouvir.