Como entender o mistério da Santíssima Trindade? Três pessoas distintas que formam uma única pessoa. É impossível para o ser humano entender tão grande e profundo mistério. Santo Agostinho buscava muito compreender tudo isso, até que um dia andando pela praia encontrou um menino que tentava encher um buraquinho na areia com a água do mar. Olhando para aquela cena resolveu perguntar ao menino o que ele estava tentando fazer. O menino respondeu que estava querendo colocar toda a água do mar naquele buraquinho da areia, e o Santo logo lhe disse que era impossível colocar ali toda a água do mar. O menino lhe respondeu: ‘Da mesma forma lhe é impossível entender o mistério da Santíssima Trindade‘.
Mais que entender, busque mergulhar dentro desse amor trinitário. Pois ali você, , vai encontrar um PAI que te ama, te acolhe da forma como você é, pois conhece suas fraquezas e limitações e te espera sempre de braços abertos. Você tem também o FILHO “Jesus Cristo”, que se doou totalmente numa Cruz para a tua Salvação, e quis se fazer alimento na santa Eucaristia para te fortalecer e permanecer contigo dentro do teu coração. E como se não bastasse tanto amor Jesus envia o ESPÍRITO SANTO para derramar sobre você todas as graças necessárias para sua vida. É Ele quem te fortalece, te consola, te dá sabedoria, guia seus passos nos caminhos do Senhor.
Procure mergulhar nesse amor, sinta-se habitado por Deus, e você nunca se sentirá sozinho, pois Deus habita dentro de você. Foi isso que Elisabete da Trindade, uma Monja Carmelita de Dijom, na França descobriu. Ela mergulhou nesse amor e descobriu-se habitada por Deus, reze com ela agora e sinta esse fogo de amor queimar dentro de você:
Elevação a Santíssima Trindade “Ò meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente de mim mesma, para fixar-me em vós, imóvel e calma, como se minha alma estivesse já na eternidade, que nada possa perturbar-me a paz, nem me fazer sair de vós, ó meu imutável, mas que cada instante me leve mais avante na profundidade de vosso mistério!
Apaziguai-me a alma, fazei dela o vosso céu, vossa morada preferida, o lugar de vosso repouso, que jamais aí vos deixe só, mas que esteja toda inteira, totalmente desperta em minha fé, toda em adoração, completamente entregue a vossa ação criadora.
Ò Cristo, meu amado crucificado por amor, quisera ser uma esposa para vosso coração, quisera cobrir-vos de glória, amar-vos…até morrer de amor. Sinto, porém, a minha fraqueza e peço-vos me revestir de vós mesmo, identificar a minha alma com todos os movimentos da vossa, submergir-me em vós, invadir-me, substituir-vos a mim para que minha vida seja uma verdadeira irradiação da vossa. Vinde a mim como adorador, como reparador, como salvador.
Ó Verbo eterno, palavra de meu Deus, quero passar a vida a ouvir-vos, quero ser duma docilidade absoluta para tudo apreender de vós; e depois, através de todas as trevas, todos os vácuos, todas as fraquezas, quero fitar-vos sempre e ficar sob a vossa grande luz. Ó meu astro Amado, fascinai-me para que não me seja mais possível sair de vosso clarão radioso. Ó fogo consumidor, Espírito de amor, vinde a mim, para que se opere em minha alma como que uma encarnação do Verbo, que eu seja para ele uma acréscimo de humanidade na qual renove todo o seu mistério, e vós, ó Pai, inclinai-vos bondosamente sobre a vossa pobre criatura, só considerando nela o Muito Amado, no qual pusestes todas as vossas complacências.
Ó meus “Três”, meu tudo, minha beatitude, solidão infinita, imensidade onde me perco, entrego-me a vós como uma presa, sepultai-vos em mim, para que eu me sepulte em vós, enquanto espero ir contemplar em vossa luz o abismo de vossas grandezas”. Beata Elisabete da Trindade – 21 de novembro de 1904