A Bíblia Sagrada, em muitas passagens, exalta o humilde e revela como Deus abate os soberbos Davi assim de expressa, dirigindo-se a Javé: “Porque tu salvas o povo humilde, mas humilhas os olhos arrogantes” (Sl 17,29). Ele se arrependeu de seu pecado e foi perdoado, dado que assim deprecou: “O meu sacrifício, ó Deus, é um espírito contrito, não desprezarás, ó Deus, um coração contrito e humilhado” (Sl 50,19). São Paulo assevera que Deus “consola os humildes” (2 Cor 6,6).
O Livro dos Provérbios é taxativo: “Onde houver soberba, aí haverá também ignomínia, porém, onde há humildade, aí igualmente há sabedoria”… “a humildade precede a honra” (Pv 11,2; 15,33). O Eclesiástico afiança que “a oração do que se humilha penetrará as nuvens” (Ec 35,21) A Jó foi dito: “submete-te, pois a Deus e terás paz e assim colherás ótimos frutos… Porque quem se humilha será glorificado e quem tiver abaixado os olhos, será salvo” (Jo 29,29). Aos colossences e aos efésios São Paulo recomendava que eles se revestissem de humildade (Cl 3,12; Ef 4,2).
Para se adquirir a humildade cumpre seguir o conselho de São Bernardo, meditando com sinceridade estas questões: “Que fostes? Que és? Que será”? Do mesmo santo esta norma: “Desprezar o mundo, não desprezar a ninguém, desprezar a si próprio, desprezar ser desprezado dos outros. São Paulo na Carta aos filipenses apresenta essa diretriz: “Tende em vós os mesmos sentimentos que em Jesus Cristo, o qual existindo na forma de Deus, não julgou que fora uma rapina o ser igual a Deus; mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens, e sendo reconhecido por condição como homem” (Fl 2,8).
Enquanto homem, Cristo se dedicava inteiramente a honrar o Pai. Santo Tomás no hino Adore te lembra a atitude humilde do Salvador no Sacrário: “Na cruz estava escondida só a divindade; aqui está oculta ao mesmo tempo a humanidade“. Ele se fez modelo de humildade. Os atos de gratidão e as preces são manifestações de um espírito humilde. É que este tudo refere a Deus e permite então ao Senhor operar nele maravilhas.
Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho