Quando Jesus subiu aos céus, não deixou a sua Igreja órfã.
“Não vos deixarei órfãos. Voltarei a vós” (Jo 14,18).
Deu aos discípulos a certeza de ficar com eles até o fim do mundo. “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28-20).
E, para não deixar a Igreja órfã, mandou o Seu Espírito: “Depois… soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22) .
Deu-lhes o Espírito Santo no primeiro encontro com eles após a ressurreição, no Cenáculo. No dia de Pentecostes, disse São Pedro: “Exaltado pela direita de Deus, havendo recebido do Pai o Espírito Santo, prometido, (Jesus) derramou-o como vós vedes e ouvis” (At 2,33).
E assim, a comunhão da Igreja com Jesus tornou-se, embora invisível, mais intensa.
Após a Ascensão, o Senhor deixou de estar “com” os seus, para estar “neles”, em toda a Igreja, através do Espírito Santo enviado a ela.
Nos ensina o Concílio Vaticano II: “Pela comunicação do Espírito, constituiu com os seus irmãos, chamados de todos os povos, o seu Corpo Místico” ( LG,7).
“Porque num mesmo Espírito fomos batizados todos nós, para sermos um só corpo” (1 Cor 12,13).
O Sacramento do Batismo nos une à Morte e Ressurreição de Cristo e nos configura com Ele: “Pelo Batismo fomos sepultados com Ele na morte; e se nEle fomos enxertados por uma morte semelhante à sua, sê-lo-emos também pela sua ressurreição” (Rom 6,4-5).
Assim, nos tornamos todos membros do Corpo de Cristo (cf. 1Cor 12,17) “e, cada um de nós, membros uns dos outros” (Rom 12,5).
Isto é a Igreja!
São Leão Magno( 461) exclama:
“Ó cristão, reconhece a tua dignidade. Participas da natureza divina… Lembra-te sempre da Cabeça a que pertences, e do Corpo do qual és membro” (Serm. 21, C.3).
A Igreja não é apenas congregada em torno de Cristo; é unificada Nele, no seu Corpo. Não é apenas um “Clube”, é o Corpo vivo de Jesus que se prolonga na história.