Refletindo sobre o sentido da ressurreição do Senhor, o Cardeal Eugenio Araujo Sales, Arcebispo emérito do Rio de Janeiro, comentou que a partir da ressurreição do Senhor, contando inclusive com as diversas dificuldades que enfrentou a Igreja ao longo de sua história, o cristão está chamado a ser otimista.
Em sua habitual reflexão semanal, o Cardeal mostrou que, por meio da Cruz, o Senhor oferece ‘um abraço de amor a toda angústia humana, que deve ser redimida e vencida‘, mas destacou que ‘o passo seguinte, que integra esse acontecimento, é a pedra do sepulcro que se move, a vida que retorna ao Corpo torturado, a Luz divina que vence as trevas. Cristo ressuscitou!’
‘Com a Redenção da humanidade, foi proporcionado a todos os homens de boa vontade, uma fonte inesgotável de esperança que gera o otimismo, um foco inextinguível de paz em meio às maiores turbulências que flagelam a criatura humana. E isto até ao final dos séculos’, continuou o Cardeal.
Segundo o Cardeal, a celebração do domingo da Ressurreição ‘alimenta o otimismo, ao fortalecer a esperança, resultante da fé cristã. Cristo venceu a morte, e nós, com Ele, temos garantida a vitória final. Todas as agruras de nossa vida, os contratempos e adversidades, derrotas e angústias adquirem outra dimensão à luz de Cristo, vencedor da morte’; e isto não só é uma realidade na vida do cristão, mas também de toda a Igreja, muitas vezes afetada pelas dores e pelos escândalos.
Assim, ‘toda a história da Igreja, dois milênios de perseguições externas e debilidades em seu interior, é uma demonstração viva e perene do poder do Crucificado’, de tal maneira que o Cardeal disse observar ‘de modo mais convincente a proteção de Jesus à Sua obra, quando reflito na fragilidade humana, presente no decorrer dos séculos’.
‘Quando, na Cátedra de Pedro, está um Pastor da envergadura humana e religiosa de João Paulo II, não causa maior surpresa o extraordinário sucesso de seu Pontificado, mesmo sendo ele apenas um instrumento de Deus para governar sua Igreja’, disse o Arcebispo emérito; e recorda que ‘Em tempos passados, nem sempre foi assim’.
‘A certeza dessa sobrevivência é fator de tranqüilidade, de otimismo cristão ao garantir elementos indispensáveis a um futuro promissor’, comenta.
Sem dúvida, conclui o Cardeal, ‘os males perduram e, muitas vezes, crescem em intensidade, tornando a vida quase insuportável’, mas ‘a Ressurreição, após a Cruz, é a certeza de que tudo de nobre, generoso e puro tem um sentido eterno. E o otimismo que daí nasce, facilita uma vida cristã que a Deus conduz’.
Fonte: ACI