“O coração do homem apresenta-se pesado e endurecido. É preciso que Deus dê ao homem um coração novo. A conversão é antes de tudo uma obra da graça de Deus que reconduz nossos corações a Ele: “Converte-nos a ti, Senhor, e nos converteremos” (Lam 5,21). Deus dá-nos a força de começar de novo.
É descobrindo a grandeza do amor de Deus que nosso coração experimenta o horror e o peso do pecado e começa a ter medo de ofender a Deus pelo mesmo pecado, e ser separado dele. O coração humano converte-se olhando para Aquele que foi transpassado por nossos pecados” (CIC 1432).
O pecado é “uma palavra, um ato ou um desejo contrários à lei eterna”; “é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana.” (cf. CIC 1849).
Por este motivo, a conversão traz, ao mesmo tempo, o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, isto que o Sacramento da Penitência e da Reconciliação exprime e realiza liturgicamente.
Como se chama este Sacramento?
(CIC 1423-1424)
Chama-se Sacramento da Conversão, pois realiza sacramentalmente o convite de Jesus à conversão, o caminho de volta ao Pai, do qual a pessoa se afastou pelo pecado. Chama-se Sacramento da Penitência, porque consagra um esforço pessoal e eclesial de conversão, de arrependimento e de satisfação do cristão pecador.
É chamado Sacramento da Confissão, porque a declaração, a confissão dos pecados diante do sacerdote é um elemento essencial desse sacramento. Num sentido profundo, esse sacramento também é uma “confissão”, reconhecimento e louvor da santidade de Deus e de sua misericórdia para com o homem pecador.
É chamado também Sacramento do Perdão, porque, pela absolvição sacramental do sacerdote, Deus concede o “perdão e a paz”.
É chamado Sacramento da Reconciliação, porque dá ao pecador o amor de Deus que reconcilia: “Reconciliai-vos com Deus” (II Cor 5,20). Quem vive do amor misericordioso de Deus está pronto a responder ao apelo do Senhor: “Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão” (Mt 5,24).
Sacramento da Reconciliação, instituído para a remissão de todos os pecados, “é insubstituível na vida cristã, não pode ser nem desprezado, nem omitido se quer que o germe da vida divina se desenvolva no cristão e dê todos os frutos desejados” (João Paulo II).
Do livro: “Confessar-se. Como? Porquê?”