A CNBB completa 50 anos. Em sua 40ª Assembléia Geral, realizada de 10 a 19 de abril/2002, o episcopado reafirma sua sintonia histórica com a chamada questão social.
Na mensagem ao povo brasileiro, os bispos fazem uma retrospectiva da ação da Igreja desde a década de 50 até os anos 90, quando, segundo o documento, a Igreja empreendeu os caminhos da nova evangelização, em resposta à emergência de novos anseios na cultura e no comportamento, sem descuidar da defesa dos direitos dos pobres e dos excluídos, gerados pela modernização seletiva, que enriqueceu alguns e produziu desemprego, precariedade e novas formas de pobreza para muitos’.
Do ponto de vista da Pastoral Social, a década de 90 e o início do século XXI, foi um período marcado, também, pelas Semanas Sociais Brasileiras, pelo Grito dos Excluídos e pelas atividades da Campanha Jubileu Sul, especialmente o Tribunal e o Plebiscito da Dívida Externa. Vale lembrar, ainda, a preparação e organização do Plebiscito sobre a ALCA, a realizar-se em setembro de 2002.
Numa Mensagem em favor da paz no Oriente Médio, os bispos lembram que a construção da paz costuma ser custosa e demorada, mas constitui o único caminho a ser buscado pelos seres humanos que se respeitam a si mesmos e queiram sobreviver de maneira digna. Um povo sem pátria não consegue viver em paz, por isso é imperativo reconhecer o direito do povo palestino a ter sua pátria. O diálogo, a aceitação dos direitos uns dos outros, a cooperação e o respeito à diversidade de culturas, aspirações e valores distintos são a única via para a construção da harmonia entre os povos.
No Jubileu de Ouro, a CNBB coloca mais uma vez em destaque a opção pelos pobres, aprovando o documento Exigências Evangélicas e Éticas de Superação da Miséria e da Fome, texto que acompanha e fundamenta o Mutirão Nacional de combate à pobreza. No item sobre as propostas concretas, em seu número 63, o documento afirma: Dentre os projetos mais afins ao Mutirão Nacional destacam-se: a Campanha pela construção de um milhão de cisternas no semi-árido brasileiro; a Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria e pela Vida; o Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional; a Campanha nacional pelo limite máximo da propriedade da terra; a Campanha pela aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas; a Campanha pela participação consciente no processo eleitoral; a Criação de comitês da lei 9840 contra a corrupção eleitoral. Some-se a isso o empenho pela articulação em defesa da soberania nacional e da segurança alimentar, ameaçadas por tratados continentais e internacionais.