O Papa João Paulo II disse que a chave mestra de todo o seu pontificado é compreender como tudo foi orientado para o Grande Jubileu do ano 2.000, preparando a Igreja para a próxima fase de sua existência. Ele também vê o Concílio Vaticano II como o início desta importante preparação para o Jubileu. Na primeira encíclica de seu pontificado, ele já havia começado a falar da importância do próximo Grande Jubileu. Toda a última terça parte desta encíclica sobre o Espírito Santo (Dominum et Vivificantem), publicada em 1986, é devotada à preparação para o Grande Jubileu do ano 2.000 e dá algumas das mais claras indicações das expectativas do Papa.
O Papa esclareceu, desde 1986, que a preparação para o Grande Jubileu do Ano 2.000 precisa envolver um fundamental encontro com Deus. Ele fala deste tempo de preparação para o Grande Jubileu como um novo tempo de advento, no fim do qual, como há dois mil anos atrás, todos os homens verão a salvação de Deus (Lc 3, 6; cf Is 40,5).
O Papa também esclarece que, neste novo encontro com o Senhor, há uma grande necessidade para a Igreja de lembrar – se de que aquilo que realmente lhe pertence talvez tenha sido esquecido ou não tenha sido apreciado adequadamente.
O Papa fala frequentemente que uma nova primavera da vida cristã será revelada pelo Grande Jubileu, se os cristãos forem dóceis à ação do Espírito Santo (Sobre a Preparação para o Jubileu do Ano 2.000, 18 ). O Papa esclareceu que um dos mais fortes destes primeiros sinais da nova primavera é o crescimento de muitos movimentos de renovação e de novas comunidades na Igreja. Um ponto alto deste sinal de primavera, na avaliação do Papa, foi a reunião de mais de cinquenta destes movimentos e comunidades para celebrar a Vigília do Pentecostes de 1998, em Roma, com o Papa.
O Vaticano calculou que mais de 500.000 estiveram no encontro de Pentecostes com o Papa, uma das maiores concentrações reunidas em Roma para um evento como este. As palavras do Papa para esta vasta multidão foram extremamente significativas mas, além dos objetivos deste artigo. Dentro do Vaticano, no editorial de seu número de junho – julho de 1998, declarou que o que aconteceu em maio em Roma foi tão importante que acreditamos que futuros historiadores da Igreja terão que distinguir entre antes e depois do Pentecostes de 1998. E, por mais significante que fosse este encontro, o Papa teve a visão num contexto mais amplo, como este extraordinário evento que nos lança para o grande Jubileu do Ano 2.000.
Ralph Martin
Membro do Conselho Internacional da RCC