Cada um de nós é um ser em construção; essa é uma grande diferença entre nós e todos os outros seres vivos.
Todos temos defeitos e qualidades, e os nossos limites não podem fazer com que deixemos de nos amar e valorizar. É uma grande sabedoria saber aceitar a si mesmo; quem não se aceita é porque carrega um refinado e escondido orgulho.
Talvez você não tenha instrução, boa saúde, dinheiro ou capacidade intelectual como gostaria. Talvez você se ache feio ou feia, não goste de sua família ou do seu trabalho, e fique desejando outras coisas que estão fora da sua realidade, isso não o deixa ver o seu valor. Todos nós nascemos com a capacidade de vencer e de ser felizes.
Quem não se aceita acaba se tornando rancoroso contra si mesmo, contra os outros, contra a vida e até contra Deus… E isso o leva à revolta, à autopiedade, e à depressão.
Pare de sonhar, pegue o material que você tem e comece a construir a sua casa, do jeito que for possível. É melhor morar num casebre do que ficar ao relento sonhando com o castelo.
Há uma história que diz que um homem saiu pelo mundo à procura de uma mulher perfeita. Depois de dez anos de busca, resolveu voltar à sua aldeia. Seu melhor amigo lhe perguntou:
Encontrou a mulher perfeita em suas andanças?
O homem responde:
No sul, encontrei uma mulher linda. Seus olhos pareciam duas pérolas, seu cabelo era da cor da asa da graúna, seu corpo era lindo como o de uma deusa.
O amigo, entusiasmado, diz:
Onde está sua esposa?
Infelizmente, ela não era perfeita, pois era muito pobre… Aí fui para o norte e encontrei uma mulher que era a mais rica da cidade. Não tinha nem noção do poder e dinheiro que possuía.
O amigo:
Então esta era perfeita…
Não, respondeu o homem, o problema é que nunca vi criatura mais feia em toda a minha vida… Finalmente, ao sudeste, conheci uma mulher linda. Sua beleza era de ofuscar os olhos. Tinha muito dinheiro, era perfeita.
Então você se casou com ela, não é, amigo?
Não, porque, infelizmente, ela também procurava o homem perfeito!…
Ninguém é perfeito; por isso, todos precisam se aceitar. Não olhe mais para o que os outros têm ou sabem, olhe para o que Deus deu a você e seja muito grato.
Não estou dizendo para você negar os seus limites; isso seria perigoso, pois não os elimina. Olhe-os com coragem, de frente, sem exagerá-los nem diminuí-los, e mude o que for possível. O que não pode ser mudado, aceite e ofereça a Deus. Você não é menos amado por Ele por causa de seus limites.
A partir da aceitação, toda a sua pobreza pode começar a se transformar em uma imensa riqueza. Comece agora a ver as suas qualidades; você as tem. Ser humilde é reconhecer a verdade sobre si mesmo.
Aceite-se também diante dos outros, não se sinta pequeno ou invejoso porque o seu colega tira notas melhores do que você, ou porque ele se destaca e você não. Não deixe a inveja aninhar-se no seu coração; lance-a fora, é um veneno.
Seja o que você é diante dos outros; não finja ser outra pessoa, e não fique paralisado diante deles por um complexo de inferioridade. A melhor maneira de impressionar alguém é ser autêntico e espontâneo diante dele. A personalidade é para o homem o que o perfume é para a flor, o que a luz e calor são para o sol.
Uma engrenagem pequena não é menos importante do que uma grande num jogo de engrenagens. Um tijolinho que falte em uma construção deixa um buraco na casa. Cada um é importante neste mundo para Deus.
Não fique imitando a vida dos outros; você é rico porque é único no universo; não se esqueça disso. O Pai lhe deu uma vida sob medida, e única, irrepetível; viva-a e desenvolva-a.
Se você se aceitar, os outros o aceitarão também. Não queira parecer o que você não é. Não tenha medo ou vergonha de ser você mesmo; e seja honesto em dizer: Eu não entendi isto, eu não sei fazer aquilo, etc… e você ajudará os outros.
Saiba de uma coisa: os homens têm necessidade de ver pessoas que reconhecem os seus limites, para que tenham coragem de reconhecer também os seus. É nobre saber dizer: Eu não compreendo isso!
Enfim, os outros precisam de você como você é, como Deus o fez. Você é um exemplar único na História da Humanidade.
Trecho extraído do livro “Para ser feliz”