Em cada época da história, Deus escolhe homens ungidos para uma missão especial e imprescindível. Olhando, contemplando e admirando a história da nossa Igreja Católica, ficamos impressionados com a bondade de Deus, que cheio de misericórdia, pelo sopro do Santo Espírito, conduz a Barca, na pessoa doSucessor de Pedro e Vigário de Cristo.
Ao longo destes 2007 anos da nossa história, temos verdadeiros monumentos que souberam agir “in persona Christi”, na pessoa de Cristo. Poderíamos citar uma lista enorme de Papas que marcaram positivamente a missão da Igreja. Mas, como são muitos, vamos mencionar alguns da história mais recente.
O Papa Leão XIII, com coragem apostólica e caridade fraterna apresentou ao mundo a dimensão social da Igreja que precisa ser voz daqueles que são tão oprimidos e desprezados. Mostrou a dignidade do trabalho e sua importância para o sustento e a realização humana de cada pessoa e da sua família.
O Papa Pio XIl, com lágrimas no coração acompanhou os tristes anos do campo de concentração, que matou e dizimou milhares de famílias. Com o coração sereno, propôs ao mundo a unidade em torno dos esforços pela paz.
O Papa João XXIII, teve a perspicácia de sentir a necessidade da mudança, vislumbrando uma nova primavera para a Igreja e para o mundo. Foi em seu Pontificado que aconteceu o Concílio Ecumênico Vaticano II, de onde nasceram muitas e boas idéias, sobretudo em relação à Liturgia; à Palavra de Deus e à própria Igreja como Povo de Deus a caminho da Pátria definitiva.
Coube ao Papa Paulo VI, dar continuidade e concluir os trabalhos deste tão importante Concílio. E foi com ele também que a Igreja deu passos importantes nesta nova primavera. Aí veio um Papa que ficou pouquíssimo tempo. Em apenas 33 dias de pontificado, ele ensinou ao mundo que o Papa também sorri. E João Paulo I ficou conhecido como o Papa do sorriso.
Toda esta trajetória da Igreja, foi possível pela graça de Deus. Deus preparou tudo, para dar de presente ao mundo e à Igreja, o Papa Peregrino, João Paulo II, que já é tido pelo povo como santo, sendo que alguns passos já foram dados para o processo de sua beatificação. João Paulo II está muito vivo em nossa lembrança e em nosso coração. Os seus gestos sempre falaram muito: o beijo no solo de cada Pátria visitada, o encontro com os jovens, as audiências públicas, as aparições na janela de sua residência, as muitas encíclicas, cartas e exortações; o papa que até gravou cd; pegou crianças no colo e se comunicou com o mundo todo.
Depois do carismático João Paulo II, quis a Providência Divina nos dar um Papa teólogo que, rapidamente se tornou Pastor Universal. Nestes dois anos de pontificado, o Papa Bento XVI tem nos surpreendido com a sua serenidade e firmeza; com o seu bom humor e sensibilidade. Tem nos surpreendido também pela sua criatividade no falar, no se comunicar e no ensinar.
O Santo Padre, o Papa Bento XVI brindou a Igreja e o mundo com dois lindos documentos. A encíclica “Deus caritas est” e a exortação apostólica “Sacramentum Caritatis”. Na encíclica o Papa nos recorda que somos imagem e semelhança de Deus Amor e que quem ama de verdade, consegue encontrar a felicidade.
A exortação apostólica é bem recente e desde a sua publicação, vem recebendo comentários, elogios e críticas todos os dias de pessoas de fora e de dentro do mundo eclesial. E tudo isto é muito importante. Inclusive os que tem criticado com palavras duras, equivocadas ou com ironias intelectuais, revelam algo muito interessante. Revelam que a Igreja Católica é séria e tem credibilidade. Pois, num mundo em que as pessoas tem tantas dificuldades para ouvir alguém, sem nenhuma presunção, vemos um mundo que pára para comentar o que o Papa escreveu. Isto mostra também que o a palavra do Papa continua sendo um eco da palavra da Igreja, de Cristo e de Deus!
A exortação apostólica de Bento XVI reafirma pontos fundamentais do que a Igreja sempre acreditou e ensinou. São valores, princípios e colunas que sustentam a concepção de vida e de família que a Igreja herdou da Sagrada Escritura, da Tradição e que faz parte de seu Magistério.
Nesta exortação o Santo Padre aborda temas lindos e profundos e mais ainda, verdadeiros. Para alguns a verdade dói. Mas, precisa ser dita e ensinada. O Papa destaca e valoriza a vida que precisa ser cuidada e preservada desde o primeiro milésimo da sua concepção até a passagem para a vida eterna. O Papa reafirma o que Deus nos ensina na Sua Palavra de Salvação, que o Matrimônio é um Sacramento de amor entre um homem e uma mulher, vocacionados a terem um vínculo indissolúvel. O Papa fala com grandeza de alma sobre a família como instituição sagrada. Mesmo que as famílias passem por dificuldades, a família continua tendo a missão de formar homens novos para um mundo novo à luz da fé, do amor e da esperança.
A grande mídia tem explorado a frase em que aparece o seguinte pensamento: “A segunda união é uma praga”. Esta frase não pode ser tirada do contexto na exortação e sobretudo da parte em que ela aparece. Pois, examente nesta parte o Papa fala de que esta é uma situação muito espinhosa para as pessoas que passam por esta experiência e diz ainda que é motivo de grande sofrimento. O Papa pede que os pastores olhem para cada caso com caridade pastoral e atenção especial. Precisamos, mais do que nunca ler e refletir esta linda exortação apostólica de Bento XVI, para vermos que, de fato, Bento XVI é uma bênção de Deus para a Igreja e para as famílias.
Ouvindo atentamente os casais, que por um motivo ou outro, se divorciaram, percebemos que ninguém se separa brincando, sorrindo ou festejando. Por mais que os casais vivam conflitos, a separação é sempre um sofrimento e uma chaga no coração da família e consequentemente da sociedade. E neste sentido a gente pode dizer que a separação é uma praga mesmo. Pois, com ela todos sofrem. Os filhos sofrem muito. Pois, ora estão com o pai, ora estão com a mãe. E em alguns casos, ora não estão com ninguém. Os amigos dos que se separam sofrem também. Os pais que vêem seus filhos se separarem choram às vezes às escondidas, mas choram e sofrem. E assim, encontramos muita gente sofrendo e muito sofrimento em torno das separações.
Cristo sempre acolheu a todos e desejou aos pecadores vida nova. A Igreja é mãe que acolhe e ama a todos. E é por amor que a Mãe-Igreja ensina a verdade sobre a vida e sobre a família, a luz da Palavra de Deus. O Santo Padre o Papa Bento XVI é amigo da família e com esta exortação, ele nos defende dos dragões da modernidade que tentam destruir tudo e todos, inclusive a família.
Rezemos pela Igreja, pelo Papa e pela Família. E nos esforcemos para conhecermos a Verdade sobre o Papa!