As fontes antigas mostram que a moral sexual tinha se degradado muito no tempo dos romanos. Ovídio relata que as práticas sexuais tinham se tornado perversas e sadistas.
A Igreja sempre ensinou que a vida sexual só deve acontecer entre marido e esposa. A dignidade do casamento foi restaurada pelos cristãos. O adultério para a Igreja não é só a traição da mulher para com o marido, mas também do marido para com a mulher, o que não acontecia no mundo antigo. Isso foi de grande influência; e a proibição do divórcio deu grande proteção às mulheres. Além disso, as mulheres obtiveram mais autonomia graças ao catolicismo.
No casamento cristão, que é indissolúvel, as obrigações do marido não são menores que as das mulheres, observa o sociólogo americano Rodney Stark. A unidade da família garantida com a proibição do divórcio, do incesto, da infidelidade conjugal, da poligamia e do aborto. Infelizmente, a pauta do feminismo radical se volta hoje contra as conquistas cristãs que ajudaram a formar a família, a propagar a fé e a proteger as mulheres da morte e da sujeição.
Não será por tudo isso que as mulheres amam mais a Igreja que os homens? Não será por isso que 70% do rebanho da Igreja é de mulheres? Ninguém as defendeu tanto durante a história; mas é pena que os motivos feministas radicais não se dêem conta disso. É porque, infelizmente, já não comungam com os valores de Jesus Cristo.
A mulher, na Idade Média, não foi relegada a uma posição de desprezo como muitos pensam. Os fatos desmentem isso. Muitos querem culpar a Igreja por sufocar a mulher no passado, mas isso não é verdade. Por causa da valorização dada pela Igreja à mulher, várias delas desempenharam notável papel na Igreja medieval.
A historiadora Regiane Pernoud (1997) observa que, entre os mais antigos santos, se encontram as mártires Inês, Cecília, Agueda, Luzia, Blandina… Algumas mulheres, não oriundas de família nobres, também desempenharam notáveis funções na Igreja medieval.
Esses fatos têm significado em nossos dias, quando movimentos feministas reivindicam os direitos da mulher na sociedade atual. Pretendem superar um obscurecimento da mulher, fato que é pós-medieval. A Idade Média poderia servir de modelo à mulher contemporânea. Regiane Pernoud mostra que a mulher, hoje, na ânsia de assumir seu lugar junto ao homem, parece, às vezes, esquecer-se da sua própria identidade e originalidade.
Mais do que lutar contra a violência da época, a Igreja se dedicou a implantar o amor no coração daquela gente rude. Diante dos desregramentos da sociedade feudal a Igreja soube implantar os princípios do Evangelho, que se tornaram a base da civilização européia.
A influência da Igreja fez com que se respeitassem os direitos da mulher, indefesa diante da brutalidade masculina. Ela, no Cristianismo, não podia ser tratada com o desprezo da Antigüidade. É mentira a lenda de que a Igreja teria dito que a mulher não tem alma humana.
O êxito dos mosteiros femininos mostra o quanto a pureza feminina era admirada. As jovens e viúvas eram protegidas; aquele que raptasse uma jovem ficava proibido de se casar com ela e era punido. Os concílios condenaram muitas vezes o repúdio às esposas por simples caprichos dos maridos e, em alguns lugares, eram excomungados os juízes que praticassem injustiças contra as mulheres.
A mulher foi colocada num plano de igualdade espiritual e moral com o homem e tornou sólida a família, célula da sociedade. Lutou com todas as forças para dar dignidade ao casamento; combateu o adultério, que era praga da época. Proibiu o assassinato da mulher adúltera, pois um ato ilícito não pode ser compensado por outro ato ilícito. E houve forte trabalho no sentido de reaproximar os esposos quando havia um adultério, mediante o perdão e a reconciliação.
Todo esse cuidado da Igreja com a família e com o casamento promoveu a mulher, algo que não aconteceu na Índia, China ou no Islamismo. A mulher nessa época era insignificante em todas as sociedades; apenas era vista como reprodutora. A Igreja impôs aos homens a obrigação de respeitarem a dignidade da mulher, a qual deixou de ser propriedade do marido.
(Texto extraído do livro Uma história que não é contada)