Irmãos e irmãs!
No próximo mês de julho, dias 19 a 22, em Campinas, SP, a Igreja no Brasil celebrará seu 14º Congresso Eucarístico Nacional. É bom desde logo sublinhar que o congresso será nacional e, portanto, envolve todas as dioceses do Brasil, todas as paróquias, todos os católicos. Você que é católico (a), este congresso é também seu. Então, como você está participando de sua preparação e como vai participar de sua realização?
O mínimo que você pode e deve fazer é rezar pelos bons frutos do congresso. Mas, quem sabe, você pode fazer, ou já está fazendo, mais do que rezar. Faça-o com fervor, acreditando, no entanto, na força da Eucaristia.
O Papa, na sua última Carta Apostólica, intitulada No início do novo milênio, nos diz que na ação pastoral devemos acreditar no primado da graça, ou seja, é Deus quem converte as pessoas, as santifica e as salva. Nós, agentes de pastoral, somos instrumentos de Deus nesta obra de salvação. Se é Deus quem faz, rezemos pedindo-lhe que derrame a graça da salvação sobre o povo brasileiro através deste congresso eucarístico e que faça de nós melhores instrumentos de sua obra, evangelizadores mais santos e mais dedicados, mais solidários com todos, especialmente com os pobres. É importante não duvidar da força da oração, além de nos dispormos a ser bons instrumentos de Deus e trabalhar com amor e afinco em sua obra.
Saiba mais:
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Por sinal, o congresso tem como tema: A Eucaristia: fonte da missão e da vida solidária. É muito significativo, pois nos diz imediatamente que o congresso eucarístico quer celebrar a Eucaristia como aquela que nos leva a ser missionários de Jesus Cristo e a sermos solidários com todos os empobrecidos e injustiçados deste nosso imenso país.
De fato, a Eucaristia é, realmente, fonte de missão, força que gera e move missionários e missionárias. Na Eucaristia a Igreja se reúne e se une na sua forma mais perfeita possível neste mundo. Por isso, o Concílio Vaticano 2º disse que a Eucaristia é sinal e fonte da unidade da Igreja, é o centro e o cume de toda a vida da comunidade cristã, é fonte e ápice da vida cristã; pela Eucaristia, a Igreja continuamente vive e cresce, alimenta a caridade para com Deus e para com os homens, que é a alma de todo apostolado, é fonte de caridade pastoral.
Todas estas afirmações do Vaticano 2º nos mostram a centralidade da Eucaristia na Igreja e na vida dos cristãos. Por isso, é na Santa Missa, ao redor da Eucaristia, que a Igreja é mais ela mesma e gera seus missionários. Pois, na Santa Missa cada fiel e a comunidade eclesial como tal sentam-se primeiro, como discípulos, ao redor do Cristo Mestre e ouvem sua palavra. Respondem depois a esta palavra, aceitando-a e dizendo: Eu creio. Deste modo, evangelizados o Espírito Santo os impele a levar pelo mundo a fora, como missionários, esta palavra de Deus ouvida e acolhida.
Ainda, na Santa Missa, depois de ouvir e acolher, como discípulos, a palavra do Cristo Mestre, os fiéis sentam-se à mesa da Eucaristia. Ali, no meio da comunidade, sobre o altar, pela força do Espírito Santo e as palavras e gestos do sacerdote, o sacrifício de Cristo na cruz e sua ressurreição tornam-se de novo presentes, real e sacramentalmente, debaixo dos sinais do pão e do vinho. Aí está de novo o Cristo morto e ressuscitado, dizendo-nos que ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida pelos que ele ama. Deste modo, ensina aos fiéis reunidos à mesa eucarística que é preciso amar os outros, a todos, mas especialmente aos mais precisados, assim como Ele nos amou, isto é, a ponto de dar a vida por nós. Esta é a forma suprema e radical da solidariedade: dar a vida em favor dos outros.
Depois, aos fiéis na Missa é distribuído este alimento eucarístico, que é o próprio Cristo. Assim comungam e entram na mais íntima união com o Cristo morto e ressuscitado, recebendo a força de amar solidariamente aos outros como Ele nos amou. E no gesto de repartir o pão eucarístico entre todos igualmente, é-lhes lembrado que devem repartir também seus bens com quem pouco ou nada tem. Eis a Eucaristia como fonte de vida solidária.
Vamos, portanto, participar da melhor forma possível na preparação e na realização deste Congresso Eucarístico Nacional, cada um de nós e cada paróquia por este Brasil afora. Ele pode ser um momento especial de graça e renovação da Igreja em nosso país, neste início de milênio.