Preparar-se para uma novidade que, a cada dia, é lançada pela mídia, urge uma preparação a partir daquilo que já existe
O homem transformou-se no homem on-line, o homem do presente, da satisfação imediata, das relações descaracterizadas, da mídia, o homem ao qual é continuamente subtraída a necessidade da escolha, porque a grande “rede” é armazém de experiências sempre disponíveis. Assim, o homem pode tornar-se um indivíduo sem memória, disperso na multidão de solidão. Na nossa época, está difundida em muitas pessoas a convicção de que o tempo das certezas passou irremediavelmente: o homem deveria aprender a viver num horizonte de total ausência de sentido, no segmento do provisório e do passageiro.
Diante desse cenário, como é possível para a Igreja ajudar os homens e mulheres que estão nos mass media e os que deles fazem uso, a empreender o caminho de um novo humanismo, de uma renovada centralidade da pessoa humana?
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Entre muitos caminhos, São João Paulo II indicou três: a formação, a participação e o diálogo.
A formação
Trata-se de sair das situações de ocasionalidade e promover investimentos de recursos humanos que saibam enraizar na reflexão propriamente tecnológico-pastoral os aspectos e as competências especialmente profissionais. Muitas vezes e em muitos documentos, é recordada a urgência da formação de sacerdotes, religiosos e leigos.
A participação
Trata-se de iniciar projetos de cooperação entre as Igrejas locais para promover e coordenar instrumentos de comunicação social que se tornem espaços possíveis de comunicação segundo as perspectivas cristãs. Dessa forma, ter-se-á também a ocasião para opor-se, entre outras coisas, o processo de construção da opinião pública, que hoje é regulada com frequência por interesses e poderes econômicos. É necessário fazer crescer a cultura da corresponsabilidade.
O diálogo
O diálogo que os meios de comunicação podem favorecer precisamente a diversos níveis, os quais são veiculados de conhecimento recíproco, de solidariedade e de paz. Eles constituem um recurso positivo poderoso, se forem postos ao serviço da compreensão entre os povos; ao contrário serão uma arma destruidora se forem usados para alimentar injustiças e conflitos.
Com o fenômeno e o impacto da mídia na vida da pessoa contemporânea, o preparar-se para a novidade que a cada dia é lançada, urge uma preparação a partir daquilo que já existe. A missão de evangelizar, não pode ficar todo o tempo apenas na elaboração de projetos, que quando colocados em prática, já perderam a validade, por conta da velocidade que é o desenvolvimento comunicativo das tecnologias. Aqui o convite não é de correr atrás, mas de caminhar junto, e quem sabe vendo além daquilo que os nossos olhos podem ver.
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Como conciliar nova evangelização e mídia? É possível diante da nossa realidade? Com tamanho e rápido desenvolvimento das novas técnicas de comunicação como evangelizar? Creio que o primeiro ponto de partida seja da mudança de linguagem, ou seja, não é uma evangelização pelos meios de comunicação, mas uma evangelização nos meios de comunicação.