Abraçando as diferenças: uma jornada pessoal de superação
Hoje é o Dia da Pessoa com Deficiência, um dia sobre o qual eu posso falar com propriedade, porque, desde que me conheço por gente, já tinha sido afetada pela paralisia cerebral, que me tornou deficiente física; e, para completar, mais tarde, fui também diagnosticada como autista.
Por causa desse último, eu não sou muito boa com metáforas, e não conseguia entender o que me conectava com alguns dos personagens de filmes de herói que eu costumava assistir quando era mais nova.
Mas hoje, um pouco mais velha, sempre me lembro de uma heroína em específico, que tomou a decisão de se “curar” dos poderes, os quais, por mais que fossem uma parte única dela e tivessem seu lado positivo, também lhe traziam uma série de empecilhos que nem ao menos existiriam se ela não tivesse a má sorte de ser escolhida pelo completo acaso para ser aquela uma entre um milhão.
Questionamentos e aprendizados
E se eu disser que eu não me senti assim no meio da minha adolescência, quando fui obrigada a passar por um desgastante processo cirúrgico, em que, praticamente, tive que aprender a andar de novo, só porque Deus, que pelo que eu ingenuamente entendia, poderia me curar como em um passe de mágica, eu estaria mentindo.
Apesar disso, depois de um monte de idas e vindas, que, honestamente, ainda continuam acontecendo, eu entendi que, sim, talvez Deus pudesse mesmo ter me curado com um pequeno pensamento da parte d’Ele, o que, com certeza, diminuiria minha raiva no processo e um monte de pecados do meu exame de consciência.
Mas só porque isso parece um plano melhor ou mais pacífico não significa que o seja de fato. Afinal, Deus entende as coisas de uma forma diferente de nós, e usa nossos momentos mais cheios de dúvidas como caminho para buscarmos as respostas que, em outras circunstâncias, não nos moveríamos para encontrar.
Encontrando conforto em meio aos desafios
E nos momentos em que nem essa certeza for capaz de acalmar seu coração, procure se abraçar a Jesus da melhor forma que der, porque, embora passemos por coisas ruins aqui, esses sofrimentos são como pequenos lembretes do que houve na cruz, quando Jesus assumiu todos os nossos sofrimentos por amor, para que não precisássemos mais passar pelo verdadeiro sofrimento eterno de não O ter por perto.
Maria Teresa Gomes Teixeira
Estudante de licenciatura em Biologia. Teve paralisia cerebral ao nascer; aos 15 anos, teve o diagnóstico de Autismo.