Através de uma suposta promoção da saúde, a cultura da morte tem sido implementada em larga escala em nossa sociedade. É isso que nos é mostrado no segundo capítulo do livro “Poder global e religião universal”, no qual o próprio autor cita as palavras do então diretor geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Hiroshi Nakajima: “As diferenças biológicas e genéticas das pessoas podem limitar seu potencial de saúde, e a saúde é um pré-requisito para o pleno gozo de demais direitos humanos. A OMS sofre pressões para ser seletiva. Por exemplo, a sobrevivência infantil; pouco sentido teria para uma criança sobreviver à poliomielite por apenas um ano para morrer de malária no ano seguinte ou não ter um crescimento que lhe permita chegar a ser um adulto saudável e produtivo”.
O diretor da OMS relaciona a saúde como sendo um pré-requisito para que a pessoa possa gozar plenamente dos seus direitos humanos. De maneira sutil, o que ele sugere é que haja uma seleção de pessoas. Isso culminará no que podemos chamar de: descarte de seres humanos considerados inválidos.
Importância da saúde
Hiroshi Nakajima transparece ainda mais a sua visão quando diz: “não ter um crescimento que lhe permita chegar a ser um adulto saudável e produtivo”, ou seja, para que o sujeito tenha sua vida preservada é necessário que ele tenha potencial para que, quando adulto, possa produzir algo para a sociedade. Para homens, como Nakajima, a dignidade do ser humano está atrelada ao quanto o sujeito pode vir a produzir para a sociedade em que pertence e não no simples fato de ser uma pessoa. Essa é uma maneira de enxergar o ser humano como uma espécie de ferramenta, com determinada utilidade, num grande conjunto de engrenagens que precisam funcionar para um sistema maior.
Nesse caldeirão da morte, que é instaurado por mãos diabólicas materializadas em grandes organizações mundiais e países que se submetem a elas, percebemos mundo afora a implementação de leis que favorecem a instauração da Cultura da Morte. O primeiro exemplo que podemos recordar é o próprio Brasil quando, no ano de 2012, tornou possível o aborto de crianças que fossem diagnosticadas com anencefalia. Esse é um exemplo concreto da afirmação feita por Hiroshi Nakajima, que o sujeito para poder gozar dos seus direitos, primeiro, necessita mostrar-se saudável e potencialmente produtivo. Para certos homens, uma criança com anencefalia, por não ser considerada útil, não possui o direito à vida e pode ser descartada.
O valor da vida
Outro caso interessante é o da Holanda, onde há muitos anos é permitida a prática da eutanásia. No ano de 2003, o site da Deutsche Welle publicou uma matéria informando que idosos oriundos da Holanda estavam buscando abrigo em asilos na Alemanha. Segundo a matéria, naquela época, eram praticadas por ano na Holanda cerca de 4 mil eutanásias, sendo que um quarto desse número era sem a aprovação do paciente. Um detalhe interessante, que a matéria ressalta, é que os idosos procuravam refugiar-se na Alemanha porque sabiam que a prática da eutanásia era considerada algo inadmissível entre os alemães, visto que os nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, a praticaram em larga escala.
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Poderíamos citar inúmeros países que se submeteram às pressões internacionais e implementaram leis que favorecem o surgimento de uma “nova moral”, contrária ao direito natural e toda a tradição ocidental. De certo modo, podemos afirmar que está acontecendo como a profecia apontou: “O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais e os matarão” (Cf. Mt 10,21). De tal maneira, o mal está instalado em nossa sociedade que podemos ver familiares se matando, entregando um ao outro para a morte e tudo com respaldo de leis civis.
Cultura de morte
Se alguém pergunta-se: existe alguma saída, algo que possa ser feito? A saída, diante do mal já instalado, é a vivência radical do Evangelho que leva à santificação. Na pregação “Somos uma geração bem aventurada”, feita por monsenhor Jonas Abib, é isso que o sacerdote ensina, quando comenta sobre o crescente mal em nossa sociedade e o Fim dos Tempos. Ele ressalta sobre a necessidade de termos mais santos em nossa sociedade, de se ter um grande número de pessoas avançadas em seu processo de santificação para causarem um grande impacto neste mundo. Esse tipo de pessoa é que fará um apostolado com eficácia e contra a Cultura da Morte.
Precisamos de advogados, juízes, polícias, funcionários públicos, engenheiros, empresários, médicos, professores, pedreiros, motoboys etc., todos empenhados em combater a Cultura da Morte, mas antes de tudo, em progredir na vida de santidade. Devemos nos configurar ao Senhor, esmerar-nos numa busca de santificação pessoal. Isso, além de ser a vontade de Deus a nosso respeito, é o que nos dará uma qualidade sobrenatural na luta contra o mal. Enquanto se luta pela santificação pessoal, é necessário que se organizem grupos de estudo para alcançar um profundo entendimento a respeito da Nova Ordem Mundial e como combatê-la. É preciso que seja ensinado para outras pessoas: o Evangelho de Nosso Senhor; o direito natural; e a verdadeira Filosofia. Estamos em meio a uma nova cruzada.
Jonathan Ferreira
Missionário da Comunidade Canção Nova